Cabe aqui uma palavra inicial pelo fato de que diante de um movimento tão amplo e de repercussão que transcende o tempo e espaço, é oportuno tomarmos conhecimento de termos que são fundamentais para se compreender o que estava ocorrendo naquela época e que hoje nem sempre é compreendida da mesma forma, pois a linguagem é dinâmica e evolutiva em seu desenvolvimento. Meu singelo esforço visa apenas destacar os termos que estão mais conectados com o período histórico em que ocorreu a Reforma Religiosa, alavancada por Lutero, Calvino e seus contemporâneos reformadores. Lembrando ainda o fato de este evento é a ruptura entre a Idade Média e a Idade Moderna de maneira que muitos termos tem seu sentido melhor compreendido à luz deste contexto.
Abelardo, Pedro (1079-1142). Frances de origem
foi um dos mais celebres entre os teólogos e filósofos da Idade Média. Sua obra
notável “Sim e Não” produziu uma influência enorme sobre os jovens estudantes,
onde Abelardo enumera cento e cinquenta questões que expõe opiniões
contraditórias dos chamados Pais da Igreja sobre temas importantes da teologia
e filosofia e nesta obra percebe-se uma primazia da razão sobre a fé, que veio
a moldar uma nova forma de se fazer teologia (esta obra tornou-se significativa
para o desenvolvimento do método escolástico). Sua forma inovadora de pensar
teológico produziu um confronto com o todo poderoso Bernardo de Clairvaux
(1090-1158) que o acusou de herege e pelo qual veio a ser condenado no concílio
de Sens. Na filosofia sua posição era o conceitualismo (chamado realismo
moderado e em certa medida antecipa o conceitualismo de São Tomás de Aquino)
que se afastava do pensamento plantonista e se aproximava do pensamento
aristotélico. Impedido de lecionar na Universidade de Notre Dame (hoje
Universidade de Paris) formou seus próprios centros universitários ao redor de
Paris (em Melun e posteriormente Corbeil). Infelizmente ele ficou negativamente
marcado pelo seu envolvimento amoroso com uma jovem tutelada chamada Heloisa.
Naqueles dias o Docente para poder lecionar na França tinha que fazer um voto
de castidade. Os protestantes utilizaram Abelardo seus escritos como um símbolo
de tudo o que havia de errado com a teologia medieval, principalmente sua
ênfase de que a autoridade da Bíblia era maior do que a tradição da igreja.
Absolutismo. Os historiadores atualmente se
referem ao período compreendido entre o século XVI e o século XVIII. O termo
"absolutismo" ou “legibus Absolutus” foi cunhado na França na década
de 1790 para descrever o princípio, ou o exercício, do poder total e irrestrito
de governo, onde o sistema político permite que o governante age livremente,
acima de quaisquer leis ou acordos estabelecidos. Esse tipo de governança
absoluta termina com a Revolução Francesa (Révolution Française, 1789-1799) e a
partir de 1840 essa tradição política desapareceu na Europa central. É possível
distinguir períodos ou fases do absolutismo: o marco inicial são os governos de
Filipe II da Espanha e Ferdinando II da Áustria; uma segunda fase, barroco, tem
como marco Luís XIV da França; em um terceiro momento há o que se denomina de
absolutismo esclarecido ou despotismo esclarecido, tendo nas figuras de Maria
Teresa e José II da Áustria, Frederico II da Prússia e Catarina II da Rússia
seus maiores expoentes. A interpretação quanto ao valor desse período de
governantes absolutista também é divergente: alemães e italianos compreendem
que o absolutismo foi importante para o desenvolvimento e formação do Estado
moderno; os ingleses e franceses são resistentes em aceitar esse tipo de
governo como sendo positivo para os parlamentos modernos. Na moderna
historiografia o absolutismo está restrito ao período do Renascimento e a
Reforma Religiosa/Protestante e o Iluminismo e a Revolução. No contexto da
Europa é possível perceber as diversas áreas em que os governos absolutistas
imprimiram maior influência: na economia, com o mercantilismo; no campo da
cultura, mais acentuadamente no segundo período, na arquitetura, nas artes e na
música; na militarização de seus exércitos. A partir do século XVI até XVIII há
uma estreita relação entre o absolutismo e a história das igrejas cristãs da
Europa. Com base na teoria do direito divino dos reis eles passaram a exigir
completa submissão das igrejas cristãs em seus territórios. Na França adotou-se
o conceito do Galicanismo, em que o rei e não o Papa deveria exercer o direito
supremo sobre o catolicismo francês (no Brasil esse conceito foi amplamente
defendido por Antônio Feijó); na Inglaterra Enrique VIII implanta o
Anglicanismo o rei é o chefe da igreja incluindo católicos e protestantes. A
reação surge através dos movimentos como o puritanismo na Inglaterra e
jansenismo na França (ganhou força no Brasil com as reformas propostas por
Pombal). No luteranismo alemão houve divisão entre os que apoiavam o
absolutismo e os que o combatiam. Essas lutas pela liberdade religiosa vieram a
se tornar o fundamento das futuras revoluções que defendiam a ampla liberdade
para os direitos e liberdades pessoais (bandeira das denominações
protestantes), tal como vistas na Revolução Francesa e Americana. Todavia, em
países como Alemanha e Suécia a igreja permaneceu como uma instituição estatal,
onde seus clérigos recebem salário do governo.
Adiáfora (do grego ἀδιάφορα “coisas
indiferente”) extraído do conceito filosófico estoico que se referia
originalmente às questões que estariam fora da lei moral, ou seja, ações que a
moral não exige e nem proíbe. Conforme registro dos evangelistas Jesus é
retratado como desafiantes vários costumes religiosos. Por exemplo, ele
considerou as leis relacionadas ao sábado como não fundamentais para a salvação
(Mateus 12.1-14; Marcos 2.23-28, Lucas 6.1-11). O apóstolo Paulo adotou a mesma
atitude em relação a vários assuntos conforme registrado em suas
correspondências com as comunidades cristãs: ele trata as tradições relativas à
alimentação (Romanos 14.6; 1 Coríntios 8.8), observâncias de dias especiais
(Romanos 14.5-6; Colossenses 2.16), e circuncisão (1 Coríntios 7.19; Gálatas
5.6) como como sendo adiáforas. Idéias Adiaforistas permeou todo o
desenvolvimento da igreja primitiva. O primeiro teólogo cristão a empregar o
termo foi Clemente de Alexandria em sua
obra "Stromata". Numerosas discussões mais exigentes adiaphora também
ocorreu durante a Reforma. Os reformadores do século 16 incluíram as questões
de fé e práticas que eles consideravam como sendo toleráveis, na medida em que
não eram contrárias aos princípios bíblicos (padrão de fé e prática).
Evidentemente que nunca houve um consenso único entre os diversos ramos do
protestantismo, pois cada um possuía suas próprias do que deveria ser
considerado uma “adiáfora” e certamente tornou-se forte empecilho para uma unificação
do protestantismo. Claro, vários teólogos tinham concepções diferentes do que
era indiferente. A controvérsia adiaforista eclodiu ainda nos primórdios do
luteranismo alemão no que ficou conhecido como Leipzig Intermediário (1548)
quando Felipe Melancton (teólogo que sistematizou o luteranismo) e seus
seguidores haviam se comprometido com as autoridades civis católicos romanos e
listou como sendo adiáforas (indiferentes) as doutrinas católicas da
confirmação, a Missa (sem transubstanciação), extrema-unção, a confissão
auricular, a veneração dos santos e outros rituais. A reação de outros teólogos
luteranos foi imediata e contundente e liderada por Mathias Flacius e seus
seguidores em Magdeburg, autodenominados de “verdadeiro (gneiso) luteranismo” rejeitaram
este acordo, pois entendiam que tais concessões era um simples sincretismo e
descaracterizava totalmente a Reforma Religiosa empreendida a partir de Lutero.
A controvérsia continuou até a adoção da Fórmula de Concórdia (1577) e
homologada pelos estados alemães em 1580, onde os extremos tanto romanos quanto
dos reformistas suíços (calvinistas e batistas) foram rejeitados. O risco é
minimizar todas as questões adiaforistas sem examinar cuidadosamente seu valor
intrínseco. As questões litúrgicas quando não submetidas aos critérios bíblicos
podem conduzir a um antropocentrismo de maneira que o adorador se torna o
centro do culto e não Deus o adorado.
Anabatistas (a preposição “ana” significa
"novo", assim anabatistas eram aqueles que foram "batizado de novo")
e se constitui em uma das tradições que emergiram da Reforma Protestante e/ou
Religiosa no século dezesseis. Foram denominados também de Radicais pois
desejavam levar ao extremo a distinção em relação ao catolicismo romano. Eles
são os “primos pobres” dos movimentos reformistas, uma vez que não foram
apadrinhados por poderes políticos ou econômicos, atraindo principalmente os
desvalidos periféricos dos demais movimentos reformistas. Como os demais
movimentos reformistas entre eles havia toda sorte de ideias e conceitos
religiosos: alguns eram panteístas, alguns extremamente místicos, alguns
antitrinitários, alguns ensinavam conceitos milenistas extremos, todavia, uma
maioria manteve uma teologia bíblica coerente, e zelavam por uma vida cristã
espiritual e dedicada a Cristo. Eles receberam a alcunha de “anabatistas”
porque não reconheciam como valido o batismo infantil praticado pela Igreja
Romana, bem como mantida pelos principais ramos protestantes (ex. luteranos,
calvinistas) e exigiam de seus membros que se batizassem novamente. Segundo
seus ensinos o verdadeiro batismo exigia uma confissão pública de pecado e fé,
de maneira que só poderia ser possível com o exercício adulto do livre
arbítrio. Eram radicais também na questão da separação total da Igreja e do
Estado e também ensinavam que a igreja representa a comunidade dos salvos.
Surgiram na gênese dos movimentos reformistas em Zurique, Suíça (1522), mas
rapidamente se espalhou para a região a Moravia e por toda a Alemanha. Por seus
aspectos radicais os anabatistas foram perseguidos na Europa, tanto por
católicos romanos e por outros grupos protestantes, de maneira que a maioria
dos líderes anabatistas foram executados até o final do 16 º século d.C. Mas no
norte da Alemanha e dos Países Baixos, um número significativo de anabatistas
se reuniram sob a liderança de Menno Simons e sobreviveram à perseguição. Os
seguidores de Menno acabaria por formar a tradição Menonita e tornou-se uma
tradição anabatista duradoura (outras são: Huteritas, Os Irmãos e os Amish). Os
menonitas continuaram a valorizar os ensinamentos de Menno, que incluem
pensamentos sobre o pacifismo, espiritualidade e ideias sociais. Anabatistas,
através da tradição Menonita, são conhecidos por sua separação do mundo
(incluindo a recusa do serviço militar), o pacifismo, o discipulado radical, e
simplicidade de vida.
Anglicana, Igreja. É a Igreja oficial da
Inglaterra (anglo = inglês) que foi estabelecida pelo rei Henrique VIII em
(1534) através do “Ato de Supremacia” e diferentemente de outros lugares onde a
ruptura com a Igreja Católica Romana ocorreu primariamente por questões
teológicas, na Inglaterra as razões serão eminentemente politicas. Henrique
VIII nunca se distanciou das doutrinas católicas romanas, pelo qual ele havia
recebido do próprio Papa Leão X o título de “Defensor da Fé” por seu escrito
“Os Sete Sacramentos da Doutrina Ortodoxa” em resposta ao escrito de Lutero “O
Cativeiro da Babilônia”. Mas as razões nacionalistas e politicas acabaram por
colocar o rei e a igreja romana em oposição. Henrique VIII tinha uma verdadeira
obsessão em ter um herdeiro masculino para o trono mantendo a dinástica Tudors,
o que sua primeira esposa Catarina de Aragão não conseguiu lhe proporcionar.
Assim, o rei resolve solicitar o divórcio junto à Igreja o que lhe é negado
pelo Papa Clemente VII; depois de reiterada solicitação Henrique VIII resolve
romper com a Igreja Romana e estabelecer uma Igreja da Inglaterra, subordinada
ao trono inglês. O simples desejo do rei em se casar novamente não seria suficiente
para uma decisão tão traumática como esta, aliados do desejo dinástico de
Henrique VIII foi o crescente espírito nacionalista dos ingleses e o caudaloso
rio humanista que a mais de um século fluía suas águas na Inglaterra
representada na figura de John Wiclef e seus discípulos que receberam a alcunha
por parte dos católicos romanos de lolardos (lollards) significando “semeadores
de joio” conforme o termo latim “lolium”. A Igreja Anglicana optou com
Elisabeth I, resgatando ideal de seu pai Henrique VIII, por uma terceira via
reformista: adotou alguns princípios teológicos reformados (luteranismo e
calvinismo), mas manteve quase que intocada a liturgia romana, suas vestimentas
e estrutura episcopal de governo eclesiástico. Este meio termo desgostou tanto
os radicais católicos quanto os reformistas. Em decorrência disso diversos
grupos religiosos separatistas surgiram na Inglaterra entre eles os
presbiterianos, congregacionais, metodistas e batistas que tem suas
denominações estabelecidas no Brasil, via trabalho missionário americano
realizado no final do século XIX. Além do fato que a Igreja Anglicana é a
primeira a se estabelecer no Brasil e a primeira a construir um templo não
católico no país.
Ato de Supremacia (1534). Este foi o ato legal
que estabeleceu o rei da Inglaterra (Henrique VIII) como "o único chefe
supremo da Igreja na Inglaterra (Anglicana)”. Em seu afã em se divorciar da
primeira esposa e casar-se novamente Henrique VIII acaba rompendo com o Papa
(Clemente VII) e a Igreja Romana que se constituía em empecilho aos seus
propósitos e estabelece uma Igreja da Inglaterra que estaria debaixo da
autoridade do rei inglês e não mais do Papa romano, de maneira que esta nova
ruptura dentro do cristianismo europeu ocidental é chamada por historiadores
como a “Segunda Reforma”. Após sua morte, durante o curto período da regência
de sua filha Maria Tudor este Ato foi suspenso (1555) e o catolicismo papal foi
restaurado, mas com sua morte precoce e a ascensão de Elizabeth I ao trono o
Ato de Supremacia foi restaurado (1559) e ela politicamente amenizou o titulo
de “Chefe Supremo” para “Governador Supremo” que vigora até hoje. Na Igreja da
Inglaterra e/ou Anglicana o rei tem a autoridade temporal da igreja e nomeia
seus dirigentes (bispos, padres) e eles são sustentados pelo Estado.
Atos de Uniformidade: Em decorrência direta da ruptura com o catolicismo a
Igreja da Inglaterra teve que definir seus princípios de fé e liturgia o que
não era tão simples, pois muitos desejavam manter a doutrina e liturgia romana
e outros desejavam uma ruptura total com o romanismo, como ocorria nos países
predominantemente reformados (como a Suíça de Zwínglio e Calvino). Os reis
através do Parlamento irão impor sucessivas normas litúrgicas à Igreja
Anglicana, conforme suas concepções e/ou influências católicas ou reformadas: Durante
o reinado de Eduardo VI, o sucessor de Henrique VIII, o Ato de Uniformidade,
aprovado pelo Parlamento em 1549,
levou a reforma religiosa adiante sob uma forte influência reformada e
estabelece um Livro de Oração Comum; com a morte precoce de Eduardo VI,
assume o trono sua irmã Maria Tudor que imediatamente promulga um Ato (1552) que retoma os princípios católicos
romanos; o terceiro em 1559, após a
ascensão de Elizabeth I restaura a edição de 1552 e acrescenta algumas formas
primitivas de culto e o diferencial é que sofre uma maior influência do
calvinismo do que do luteranismo; o quarto Ato efetuado em 1662, após a restauração da monarquia inglesa com Charles II,
resgata os princípios originais de 1549; sob o reinado de Guilherme III, em 1689, foi aprovado pelo Parlamento o Ato
de Tolerância (24 de maio) concedendo liberdade a todos os não-conformistas,
incluindo batistas, congregacionais e quakers. O ato permitiu que esses grupos
mantivessem seus próprios locais de culto e seus próprios pregadores, embora
sujeitasse os pregadores a juramentos de lealdade. Embora o ato tenha estendido
a liberdade de culto a esses grupos, continuou negando-lhes certas liberdades
sociais e políticas, incluindo o direito de ocupar cargos públicos; em 1706 na união dos parlamentos da
Inglaterra e Escócia (calvinista) o Ato de Uniformidade é bastante modificado e
atualmente pouco resta dos Atos originários mediante o processo contínuo de
remoção de discriminações religiosas e sociais.
Amyraldianismo:
Esse posicionamento teológico tem recebido vários nomes - Predestinação
Universal Hipotética, Pós-Redencionista, Universalismo Hipotético, Universalismo
Hipotético da divina graça, calvinismo de quatro pontos. O termo Amyraldianismo
deriva do nome do teólogo reformado francês Moses Amyraut (1596-1664) que estudou
e posteriormente (1633) fez parte do corpo docente do seminário protestante de
Saumur. Ele produziu um numero expressivo de obras, tais como: Tratado a
Respeito das Religiões (1631); Breve Tratado da Predestinação (1634); e Ética
Cristã (1652-1660), sendo esta última composta de seis volumes. Apesar de se
declarar calvinista ele rejeitava a doutrina da expiação limitada de que o
sacrifício de Cristo expia somente os pecados dos eleitos. Ele passou a
defender que a expiação propiciada por Cristo se estende indistintamente a
todas as pessoas, tornando a salvação hipoteticamente universal; mas somente os
eleitos incondicionalmente, ou os capacitados pelo Espírito Santo, efetivamente
responderão ao chamado para arrependimento e fé. Muitos consideram esse ensino uma posição
moderada entre o Calvinismo e o Arminianismo e possui influência com o ensino
de Matinho Lutero sobre a expiação universal e a eleição limitada. Uma frase
que sintetiza esse ensino: “a salvação é
eficiente para todos e eficiente para os que creem”. Enquanto os arminianos
endossam o posicionamento de Amyraut poucos são os calvinistas que a
reconhecem. Muitos entendem que ele tentou conciliar o Calvinismo com o Arminianismo,
mas como sempre acontece não satisfez nenhum deles. De acordo com o Hermisten
M. Pereira da Costa em seu livro “Raízes da Teologia Contemporânea” (p 331-335)
alguns teólogos reformados que adotaram esse conceito são: H. L. J. I Heppe
(1820-1879); Richard Baxter (1615-1691); S. Hopkins (1721-1803); A. H. Strong
(1836-1921); L. S. Chafer (18711952); John Edwards (1637-1716) (não confundir
com Jonathan Edwards); J. Bellamy (1719-1790); T. Fuller (1608-1661);J. A.
Ferreira, sendo esse último brasileiro.
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Historiologia Protestante
Reflexão Bíblica
adorei o conteudo!!
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