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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Onde a luta se travar: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980)


RESUMO
A Igreja Assembleia de Deus é o segundo maior grupo religioso do Brasil de acordo com os últimos Censos demográficos. Fundada em Belém do Pará em 1911, sua expansão se deu em consonância com diversas transformações sociais ocorridas no Brasil durante o século XX. Dentre tais transformações, ganham destaque os processos complementares de industrialização e urbanização do país, em evidência de modo especial a partir da segunda metade do século. Foi a partir deste período que as Assembleias de Deus bem como as demais denominações de orientação pentecostal começaram a chamar a atenção no campo religioso brasileiro. Desde a década de 60 estudos acadêmicos apontam como as igrejas pentecostais beneficiaram-se das massas de migrantes que chegavam às metrópoles para fornecerem a mão-de-obra para as indústrias em expansão, concluindo existir uma ligação direta entre a urbanização e o crescimento pentecostal. No entanto, embora inseridas no mesmo contexto, nem todas as denominações tiveram o mesmo ritmo de crescimento. As Assembleias de Deus, por exemplo, hoje contam com seis vezes mais membros que a segunda maior igreja pentecostal, a também centenária Congregação Cristã no Brasil, esta tendo a “vantagem” de já ter nascido no espaço urbano. Desta forma, partimos da hipótese de que o crescimento assembleiano no mundo urbano deve ser entendido não apenas à luz das transformações sociais externas, mas também a partir da dinâmica interna de organização da Igreja. Um dos fatores preponderantes neste item é a forma sui generis como as Assembleias de Deus conseguiram agregar suas diferentes cisões internas em torno de uma mesma plataforma denominacional sem que isto representasse a desestruturação ou o esfacelamento da Igreja, em um processo de esgarçamento institucional não observável em qualquer outra igreja pentecostal brasileira. Além disso, também levamos em conta os códigos culturais próprios da denominação, nascidos no imbricamento da experiência sueca de seus primeiros líderes, da experiência migratória de seus membros e das respostas próprias desenvolvidas pelo aparato institucional da igreja às pressões da cultura metropolitana. Embora partamos de um panorama geral da história da denominação, privilegiaremos o estudo do período compreendido entre os anos de 1946 e 1980, com base em periodização desenvolvida a partir de elementos colhidos no decorrer da pesquisa.

Palavras-chave: Assembleias de Deus. Urbanização. Industrialização. Pentecostalismo.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO, 13
Um balanço sobre o estudo das ADs no Brasil, 19
O aporte teórico da pesquisa, 22
Fontes para o estudo das ADs no Brasil, 25
a) Os livros oficiais de história da denominação, 26
b) Biografias, 29
c) Periódicos e impressos doutrinários, 32
Apresentação dos capítulos, 33
CAPÍTULO 1 – ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL: UM PERFIL HISTÓRICO, 36
A AD no campo religioso pentecostal brasileiro, 38
Os fundadores da AD: Gunnar Vingren e Daniel Berg, 44
Pentecostalismo nos EUA, 45
A narrativa da fundação e seu uso funcional, 50
Os missionários suecos e o cisma em Belém do Pará, 53
Uma leitura da cisão em Belém do Pará a partir de Weber e Bourdieu, 56
O campo religioso de Belém do Pará em 1911, 62
Primeiros passos da institucionalização, 67
O reforço sueco, 75
Criação da CGADB, 82
A ministerialização da AD e fortalecimento das lideranças regionais, 85
A “geopolítica” assembleiana e as cisões ministeriais, 89
CAPÍTULO 2 – O CAMPO RELIGIOSO ASSEMBLEIANO: TRANSFORMAÇÕES E ESTRATÉGIAS, 98
O campo religioso assembleiano e suas transformações, 101
Uma proposta de periodização, 107
1. A Era Vingren (1911-1932), 107
2. A Era Nyström (1932-1946), 109
3. A Era Canuto/Macalão (1946-1980), 111
4. A Era Wellington (1980 em diante), 115
As estratégias do campo: um panorama institucional das ADs, 121
a) A CGADB, 122
b) A CPAD, 127
c) O Mensageiro da Paz, 131
d) A Harpa Cristã, 142
e) As Revistas de Escola Dominical, 146
CAPÍTULO 3 – OS CAMINHOS DA EXPANSÃO NA METRÓPOLE, 153
Os números do crescimento assembleiano, 155
Um panorama do campo religioso em São Paulo, 159
a) A organização do Ministério do Belém (ADMB), 162
b) A organização do Ministério de Madureira (ADMM), 165
c) Outros modelos de organização, 168
As ADs e o processo de formação da periferia de São Paulo, 170
A história das ADs em São Paulo, 175
As ADs de São Paulo na Era Canuto/Macalão, 191
CAPÍTULO 4 – PRÁTICAS CULTURAIS ASSEMBLEIANAS: A CONSTRUÇÃO DE UMA TRADIÇÃO, 205
O culto assembleiano, 210
a) A oração e a participação coletiva, 214
b) Os hinos da Harpa Cristã, 217
c) A leitura bíblica, 221
d) Testemunhos, 223
e) Os “hinos avulsos”, 225
f) A apresentação dos visitantes, 229
g) As ofertas, 231
h) A pregação, 233
Outros formatos tradicionais de culto, 236
a) O culto ao “ar livre”, 236
b) O culto de oração, 238
c) O culto de batismo, 241
d) A Santa Ceia, 242
A Hierarquia assembleiana, 244
a) Cooperador, 248
b) Diácono, 248
c) Presbítero, 249
d) Evangelista, 250
e) Pastor, 251
A construção histórica da hierarquia assembleiana, 252
Os departamentos, 263
O conjunto de mocidade e as transformações na cultura assembleiana, 264
O círculo de oração: o espaço das mulheres, 268
CAPÍTULO 5 – “O LANCE IMPREVISTO”: AS ASSEMBLEIAS DE DEUS E A
CULTURA URBANA, 272
A metáfora do exército, 273
As ADs e a cultura urbana no início da Era Canuto/Macalão: preocupação e cautela, 279
As ADs e a cultura urbana em meados da Era Canuto/Macalão: “a peleja torna-se renhida”, 290
As ADs e a cultura urbana no final da Era Canuto/Macalão: o nascimento de táticas, 313
CONSIDERAÇÕES FINAIS, 321
REFERÊNCIAS, 328
1. Fontes, 328
2. Bibliografia, 342

Fajardo, Maxwell Pinheiro. “Onde a luta se travar”: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980). Tese de Doutorado - Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista. Orientador: Dr Milton Carlos Costa.

Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
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Reflexão Bíblica
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/

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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A Reforma Protestante, Seu Contexto Humanístico e Suas Implicações para a Educação (Graduação Pedagogia)



“Mesmo que não existissem alma nem inferno, deveríamos ter
escolas para as coisas deste mundo”
Martinho Lutero

A Reforma Protestante do séc. XVI, com todas as suas consequências religiosas, sociais e morais, trouxe repercussões significativas à Educação, principalmente no tocante à instrução de leigos, homens e mulheres não pertencentes ao clero. Até então, estes constituíam a camada mais inferiorizada da hierarquia social da Idade Média mas, principalmente a partir do séc. XVI, passaram a obter maior valor junto às outras camadas sociais. Isto se deve, grosso modo, a dois fatores: a obtenção do direito ao livre exame das Escrituras Sagradas, e o reconhecimento de suas habilidades manuais como vocação divina. O propósito deste trabalho constitui-se na tentativa de elucidar o grande movimento de mutação sociológica e histórica que foi a Reforma Protestante, salientando suas implicações para a Educação.

Palavras-chaves: Humanismo; Reforma Protestante; Educação; Instrução; Leigos.

Sumário
Introdução 02
Metodologia 04
Capítulo I: Humanismo 05
i.       Humanismo/Escolástica 08
ii.      A escola 08
iii.     Hermenêutica e sedimentação dos comentários 10
iv.     O latim clássico 11
v.      O regresso do grego 12
vi.     A técnica do livro 13
vii.    A Europa do livro impresso 13
viii.   Humanismo e Imprensa 15
ix.     O humanismo como um meio de existência 17
x.      A difusão da Bíblia 19
Capitulo II: Lutero e a Reforma Protestante 23
i.       A escola 27
ii.      A justiça concedida por Deus               29
i.       A educação religiosa calvinista 64
ii.      A educação religiosa anglicana 66
iii.    Concepção do grau de instrução entre Protestantes segundo Houston 74
iv.     A Concepção de vocação de Lutero 81
Conclusão 90
Referências Bibliográficas 92

Introdução

A Educação, como instituição privilegiada da sociedade, teve um desenvolvimento e uma trajetória peculiares no decorrer da história da humanidade. Inúmeras são as etapas desta trajetória, bem como divergentes entre si as visões e concepções que se têm das mesmas.
Minha intenção é deter-me em uma destas fases, a saber, a educação nos séculos XVI e XVI, período da Reforma Protestante e pós, em que, de uma maneira inovadora, os leigos tiveram acesso à alfabetização e à instrução em geral, como nunca antes em toda a história da humanidade, a fim de poderem apropriar-se do direito ao livre exame das Escrituras. Até então, os mesmos permaneciam, naturalmente, na escala mais baixa do sistema hierárquico do catolicismo romano. Vários níveis de posição separavam-nos dos bispos colocados no topo. Enquanto a Igreja estava cada vez mais institucionalizada, os cristãos comuns tornavam-se cada vez mais inúteis nas atividades eclesiásticas. Gradativamente o seu papel foi tomando-se o de receber, aceitar inquestionavelmente e seguir obedientemente o que vinha do alto da escala hierárquica.
A chamada Idade das Trevas manteve essa tendência. Enquanto a Igreja e o Estado continuavam a disputar a sujeição das massas populares, os leigos não se sentiam encorajados a ir muito além do cumprimento à risca das ordenanças e regulamentos impostos pela igreja.
Contudo os reformadores do século XVI foram homens que, incorporando a coragem e a autonomia de pensamento, típicas do movimento humanista de então, adquiriram a incrível capacidade de refletir minuciosamente e confrontar a instituição mais poderosa do mundo de então, o catolicismo romano.
Primeiramente, procurei deter-me na abordagem do Humanismo, posicionamento filosófico da época e instrumento de conhecimento através do qual as mentes iluminadas e esclarecidas, encontraram terreno fértil para desenvolverem e fazer vingar suas ideias.
Os reformadores do século XVI foram, sem dúvida alguma, homens que se destacaram, entre outras razões, por trazerem consigo uma abordagem significativamente diferente da condição e papel do laicato, bem como da instrução do mesmo.
Pouco tempo após a Reforma Protestante do séc. XVI, ainda nos anos mil e quinhentos, tem-se conhecimento de que a população nos territórios luteranos demonstrava deter um fndice muito maior de conhecimento da leitura e da escrita do que a população das áreas Católicas (Houston, 1988, p.148).
A Renascença juntamente com a Reforma estava proporcionando à educação um número cada vez maior de pessoas não pertencentes ao clero.
Tudo isto levou os leigos, isto é, as massas populares, a desempenharem um papei mais positivo não apenas na igreja como também na sociedade.

RESENDE, Ana Carolina Franzolin Araújo. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como exigência parcial para obtenção da Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, sob orientação do Prof.Dr. Zacarias Pereira Borges. Campinas (SP), 2005.

Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Protestantismo no Brasil: Atuações Econômicas de James C. Fletcher


Adido Comercial
Fletcher foi sempre um missionário atípico, pois sua visão era extraordinariamente ampla para os seus dias. Hoje muito se fala que os missionários devem interagir com a sociedade em que desejam comunicar a sua mensagem evangélica e que isto pode ser feito através do exercício de uma profissão ou ofício. Fletcher já desenvolvia este conceito, quando se utilizou de sua função de Adido Comercial Americano para entre tantas outras coisas comunicar a sua mensagem evangélica. Escrevendo em 1862 uma carta ao Journal of Commerce de New York, ele expõe de forma muita clara sua concepção do trabalho missionário:
“Sei que alguns podem dizer que não é papel de um clérigo missionário estar envolvendo-se com negócios. Mas creio que tenho uma visão mais alta do que o mero interesse mercantil do meu país, pois sou dos tais que crêem que a religião e o comércio são servos que, unidos com a bênção de Deus, servem para a promoção dos interesses mais nobres e mais altos da humanidade”.[1]
                        O seu trabalho como Adido da Legação Americana no Brasil foi negociado com o governo brasileiro pelo então Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário dos Estados Unidos para o Brasil e Argentina, Robert Cumming Schenck, que deste modo procurava dar ao recém chegado missionário uma “proteção oficial”.
            Pouco tempo depois, Ferdinand Coxe, até então Secretário da Legação necessita pedir uma licença e indica Fletcher para substituí-lo interinamente. Assim, ele passa a responder por esta importante função diplomática, sob as ordens diretas do então Cônsul americano na Corte Edward Kent, que havia sido Governador do Estado de Maine.
            Escrevendo ao seu pai Calvin Fletcher,[2] ele deixa transparecer sua grande disposição e motivação em ser um instrumento missionário do evangelho, mas também em propiciar ao Brasil a oportunidade de alcançar um “progresso” tanto em seu desenvolvimento econômico, cientifico e tecnológico, que tanto os Estados Unidos quanto a Europa já haviam alcançado.
            Em 1853 o General William Trousdale assume o Ministério da Legação Americana e minimiza toda e qualquer sugestão de Fletcher quanto aos assuntos de interesse americano e brasileiro, e por fim acaba o destituindo da Legação[3]. Sem nenhuma diplomacia, mas transpirando arrogância e prepotência Trousdale conseguiu em pouco tempo inflamar profundamente toda a diplomacia brasileira, que naquele momento já estava insultada com uma expedição não autorizada de mapeamento do Rio Amazonas, feitas por militares americanos e por vários artigos produzidos nos jornais de Washington, criticando abertamente o Governo brasileiro por não permitir a abertura do Rio Amazonas.
            Fletcher fica pasmo e profundamente irritado com as atitudes grosseiras e desastradas do então Ministro. Ele sabia que esta atitude estapafúrdia de Trousdale traria grande retrocesso nas relações Brasil-Estados Unidos. E de fato isto ocorreu, pois até então o Brasil estava disposto a ampliar os laços com os americanos para fugir da pressão dos ingleses, como o próprio Fletcher havia informado em sua correspondência ao New York Daily Times:
“O Brasil estava preparado para se atirar nos braços dos Estados Unidos da América do Norte e, provavelmente, sem consultar o Gabinete de Washington, revelou tal intensão ao Ministro Britânico”.[4]
            Afastado da sua função da Legação ele volta agora para sua única ocupação de Capelão dos Marinheiros, mas em momento algum perde suas aspirações sociais e missionárias. 
Feira Industrial
            Em 1853 sua esposa Henriette Fletcher, após o nascimento do segundo filho, fica muito adoentada e após vários tratamentos infrutíferos eles são aconselhados pelo médico a se mudarem para um clima mais frio. Apesar de suas dificuldades financeiras Fletcher consegue embarcar no navio Yankee Blade, de volta aos Estados Unidos via costa oeste, passando por Valparaíso, Colômbia e Panamá, onde faz baldeação e toma outro navio até New York (Fletcher e Kildder, p.239).
            Pouco tempo depois estavam morando em Washington. Fletcher encontra a Capital ainda em efervescência com as noticias daqueles acontecimentos envolvendo a diplomacia americana e brasileira. Um ano antes havia chegado a Washignton Francisco Inácio de Carvalho Moreira, conhecido mais tarde por Barão de Penedo, que assumira como Ministro Plenipotenciário brasileiro. O Ministro diariamente procurava quaisquer informações escritas sobre o Brasil e imediatamente respondia junto ao Departamento de Estado americano protestando contra qualquer insinuação de invasão do Amazonas, incluindo as pseudas expedições que não tinham outro objetivo a não ser invadir aquela região brasileira.
            Em 1854 Fletcher está pronto para retornar ao Brasil e agora vem como o primeiro agente nomeado pela Sociedade Bíblica Americana para o Brasil. Mas fiel à sua visão missionária e progressista se propõe a realizar uma exposição industrial de produtos americanos, no rio de Janeiro. (Fletcher e Kidder p. 239).
            Anuncia nos jornais americanos que levaria para expor no Brasil, sem qualquer custo para os doadores, artigos que fossem enviados ao seu endereço. Ele diz que estes artigos seriam posteriormente presenteados ao Imperador D. Pedro II, bem como as associações literárias e científicas brasileiras. Seu apelo foi bem sucedido e ele recebeu inúmeros artigos manufaturados para serem usados em sua Exposição no Rio de Janeiro.
            Uma companhia de navegação de Baltimore lhe forneceu passagem e frete gratuitos e o então Ministro brasileiro em Washington, Carvalho Moreira, deu-lhe uma apresentação que liberou sem transtornos alfandegários as mercadorias que seriam expostas no Brasil. (Fletcher e Kidder p.239-240).
            Em 16 de Maio daquele ano a Exposição promovida por Fletcher foi inaugurada no espaço do Museu Nacional com a presença do próprio Imperador D. Pedro II, e uma grande comitiva, que examinaram atentamente todos os artigos trazidos. A exposição industrial ficou aberta para o público por dois dias e foi um grande sucesso.
Ferrovias
            Em seu esforço em ver o “progresso” brasileiro, Fletcher divulga e informa aos responsáveis pela nascente estrada de ferro que havia uma locomotiva de fabricação americana que suportaria aclives íngremes, facilitando assim o avanço deste fundamental transporte para o desenvolvimento da economia brasileira. Com necessidade de retornar aos Estados Unidos, procurou de todos os meios atrair o Barão de Mauá àquele país (Fletcher e Kidder p. 302), mas o Barão tinha grande ligação com os ingleses. Apesar disto, sem que se possa precisar se foi de fato o esforço de Fletcher, o então presidente da Estrada de Ferro Dom Pedro II, convidou o americano Coronel C.F.M. Garnett para assumir a função de engenheiro chefe daquela linha. Deste modo, a linha tornou-se inteiramente “americanizada” não apenas pelo pessoal, mas porque o material rolante era todo de fabricação americana (Bastos – Cartas, p.513; Fletcher e Kidder p.302).
Agricultura
            De uma forma muito interessante Fletcher trouxe uma enorme contribuição para a agricultura cafeeira brasileira. Em 1862 conseguiu atrair para o Brasil John H. Lidgerwood, neto do fundador da Lidgerwood Manufacturing Company de New York, que veio com o objetivo de solicitar concessões para vender sua máquina de despolpar café. Por intermédio dele o industrial teve acesso direto ao Imperador Dom Pedro II, que impressionado pela utilidade da máquina autorizou a concessão, registrando inclusive em seu diário. Ao menos em seus primeiros anos a máquina de Lidgerwood foi de grande influência na economia cafeeira do Brasil. Em uma de várias viagens que Lidgerwood fez pelo pólo cafeeiro das então Províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais ele declara a um jornal de língua inglesa no Rio de Janeiro, que os fazendeiros “tinham haurido tanto benefício do uso de suas invenções e melhoramentos e lhe tinham demonstrado reconhecimento pelos serviços que havia prestado ao grande produto do Império” (The American Mail, Rio, 24 de fevereiro de 1862).
            Fletcher também trouxera nesta sua vinda um grande suprimento de sementes de algodoeiro das ilhas de Barbados, como também milho de excelente qualidade que era amplamente cultivado nos estados sulistas americano, doando tudo ao Instituto Brasileiro de Agricultura. Impressionado pelo esforço de Fletcher o imperador Dom Pedro II registra este acontecimento em seu diário (Diário do Imperador, p. 166).
Jazidas de Carvão
            Um dos gargalos da recente e progressiva industrialização brasileira era a questão energética. Havia uma grande carência de grandes depósitos de carvão mineral de boa qualidade no território nacional. Fletcher havia feito amizade com um geólogo inglês chamado Nathaniel Plant que desde 1861 estava nas regiões do Rio Grande do Sul fazendo explorações pelas bacias dos Rios Candiota e Jaguarão. Este geólogo havia localizado alguns depósitos de carvão que depois de várias análises haviam demonstrado serem extensos e de boa qualidade. Uma carta do Professor Agassiz ao geólogo garantia que as amostras de carvão que tinha examinado podiam tranqüilamente serem comparadas as melhores do mercado internacional (Fletcher e Kidder, Apêndice D, pp.384-396). Fletcher não perdera tempo e usando de toda a sua influência palaciana consegue marcar uma audiência do geólogo Plant com o próprio Imperador e pessoalmente o conduziu ao palácio (Fletcher e Kidder, ibid., 617-623; Carta de Fletcher a Dom Pedro II, Rio, 13 de Agosto de 1864). Um relatório desta pesquisa de Plant foi publicado na revista inglesa Quartely Journal of Science, V.II, de abril de 1864.
            Resumidamente essas são algumas das contribuições de missionário presbiteriano estadunidense em relação ao Brasil que ele escolheu amar e semear a mensagem evangélica da forma protestante. Lamentavelmente somos obrigados a registrar que apesar de tão grandes esforços o trabalho de Fletcher ficou fora dos anais da historiografia presbiteriana e mesmo protestante produzidos no Brasil.
           

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião
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Referências Bibliográficas
KIDDER, D. P. e FLETCHER, J. C. O Brasil e os brasileiros – esboço histórico e descritivo, v. 1.Brasiliana – Biblioteca Pedagógica Brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1941 [Tradução da 6ª. edição em inglês - Elias Dolianiti e Revisão e Notas de Edgard Sussekind de Mendonça].
LÉONARD, Émile-Guillaume. O protestantismo brasileiro – estudo de eclesiologia e de história social, 2ª. ed. Rio de Janeiro e São Paulo: JUERP/ASTE, 1981.
MATOS, Alderi Souza de. Erasmo Braga - o protestantismo e a sociedade brasileira. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
OLIVEIRA, D. V. “The Brazil and The Brazilians”: Apontamentos documentais e analíticos de uma publicação norte-americana sobre o Brasil no século XIX. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
_______________. A “sólida e estável” Monarquia nos Trópicos: Imagens sobre o Brasil e os Brasileiros no livro Brazil and Brazilians – portrayed in Historical and descriptive sketches, 1857.Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013.
PRATT, Mary Louise. Os olhos do Império: Relatos de Viagens e Transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.
REILY, Ducan Alexander. História documental o protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984.
SOARES, Caleb. 150 anos de paixão missionária – o presbiterianismo no Brasil. Santos (SP): Instituto de Pedagogia Cristã – IPC, 2009.
VIEIRA, David Gueiros. O Protestantismo, a maçonaria e a questão religiosa no Brasil, 2ª. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980.





[1] Journal of Commerce, New York, 6 de Setembro de 1862.
[2] IHS-CFP, Carta nº 493 (cf. David Gueiros Vieira, op. Cit. P.63)
[3] “O nome de Fletcher desapareceu completamente da lista diplomatica da Corte Imperial do ano de 1854”. Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro (Rio: Eduardo e Henrique Laemmert, 1854), p. 193 (cf. Vieira, op. Cit. p. 64).
[4] New York Daily Times, New York, 3 de janeiro de 1853. (cf. Vieira, ibid., p.64).

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Ascensão da Igreja Cristã: Uma Tomografia Parcial da Igreja Cristã no Período Antigo (30-313 a.C.)


Escalada Social: Paulatinamente a mensagem cristã foi alcançando as camadas mais elevadas da sociedade imperial. Muitos cristãos acabam ocupando funções públicas de prestígio. Próximo do ano 200 d.C., Abgar, de Edessa, tornou-se o primeiro rei a declarar-se cristão e em 311, Constantino adota o cristianismo como a religião, ainda que única, do Império. Os cristãos começam acumularem riqueza e as comunidades, prosperam e adquirem muitos bens materiais.
Adaptações Doutrinárias e Práticas: A igreja toma uma estrada que a conduzira para o período mais decadente e apostata de sua história nos séculos posteriores da idade média. A simplicidade de seus cultos e das vestimentas de seus líderes foi sendo paulatinamente substituídas pelas vestimentas esfuziantes das religiões pagãs de Júpiter, Serapis e Ísis tão populares em Alexandria na idade teocrática anterior. As liturgias simples centradas na pregação, nas orações e na comunhão, se transformam em cerimônias sofisticadas, centralizadas cada vez mais no sacerdote, no altar e na celebração da missa sacrificial. Criam-se artifícios como água benta, acender velas, raspar a cabeça, ao invés de incentivar os cristãos a uma vida de obediência aos princípios do Evangelho de Cristo.
 Mudando o significado do batismo cristão: ainda cedo se iniciou um processo degenerativo do significado do batismo revestindo-o de um poder mágico. O ato até então simples de obediência à ordenança de Jesus Cristo, vai adquirindo todo um ritual cada vez mais complexo, como descrito no documento primário da Didaquê, o primeiro manual de catecúmenos para novos cristãos:
Agora em referência ao batismo, batizai assim: havendo primeiramente pronunciado todas estas coisas, batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em água corrente. Mas se não tiverdes água corrente, batizai em outra água, e se não puderdes batizar em água fria, então batizai em água morna. E. se não tiverdes água suficiente para a imersão, derramai água em profusão sobre a cabeça três vezes, em nome do Pai, do Pilho e do Espírito Santo. Mas, antes do batismo, o ministrante e o candidato devem jejuar, e quaisquer outras pessoas que puderem; mas ao candidato, mandareis jejuar por dois ou três dias antes de ser efetuado o ato.
Desde Justino Mártir (150 d.C.) a expressão “banho da regeneração” começou a ser utilizado em referência ao batismo. E nos escritos ante-nicenos o vocábulo “regenerar” foi sendo associado diretamente ao ato do “batizar”. 
No fim desse período, a ceia podia ser celebrada somente pelo bispo ou sacerdote. Consistia de pão e vinho (misturado com água).
Catecúmeno: Inicialmente a pessoa recebia o batismo mediante sua profissão de fé e isso perdurou até o meado do segundo século. Com a multiplicação de cristãos sentiu-se a necessidade de oferecer melhor instrução aos novos convertidos, ensinando-lhes as doutrinas fundamentais da igreja. A proposta foi boa, mas infelizmente o resultado foi funesto, pois na medida do tempo a “educação religiosa” passou a substituir o testemunho de uma genuína regeneração, abrindo as portas das igrejas a pessoas que nunca experimentaram a graça de Deus, contribuindo para uma acelerada corrupção da igreja. [o século XVI que o diga].
Mudanças Eclesiásticas: Junto com a mudança da vida cristã, ocorrem também mudanças no ministério e na organização das igrejas. Até ao tempo de Irineu não havia distinção entre os títulos "presbíteros" e "bispos", sendo estes termos empregados como sinônimos. Entretanto, entre os cem anos de Irineu a Cipriano, passaram a designar duas funções distintas. A causa possível é que as igrejas haviam se desenvolvido e tornando suas administrações mais complexas, como por exemplo, a responsabilidade de recolher e distribuir esmolas, que adquiriu proporções consideráveis. Os bispos assumiram esta obrigação e gradualmente foram assumindo uma prerrogativa sobre o corpo de presbíteros, aos quais era confiada a direção das igrejas locais; diante das desavenças entre os presbíteros os bispos passaram a exercer o papel de juiz; paulatinamente caminha-se para um sacerdotalismo, tão comum nas demais religiões. Evidentemente que em sua origem os motivos que estabeleceram estas mudanças são genuínos, mas quando começou a ser empregado pelos sucessores menos dignos redundaram em grandes e lamentáveis abusos.
Mas ao final desse período, não apenas a distinção de presbíteros e bispos, mas outras funções surgem: subdiáconos, leitores, acólitos, zeladores e exorcistas.
Logo surge o conceito da unidade orgânica (externa) paralela à unidade espiritual (interna) como ensinada por Irineu, o que vai demandar uma liderança única sobre todos os demais, de maneira que depois de Cipriano (250) essa possibilidade torna-se cada vez mais real, dando-se os primeiros passos para uma supremacia da Igreja de Roma como centro da unidade de uma igreja universal.
A análise feita pelo escritor brasileiro Rui Barbosa, católico, na introdução de seu livro crítico “O Papa e o Concílio” realça o perigo nefasto dessa tendência de poder centralizador:
Durante a primeira época da igreja, debalde a crítica histórica procura na organização dela as leis e os elementos que hoje lhe servem de base. A unidade não resultava então senão de acordo espontâneo das almas; porque a cristandade era uma pura democracia espiritual, sem centro oficial, sem meios de coação, extrema, sem relações temporais com o estado. A noção pagã de um pontífice máximo seria nesses tempos uma enormidade tal que ainda ao papa Estevão (253-257) negou formalmente Cipriano o direito de sentenciar entre dois bispos divergentes. "Indigna-me", escrevia S. Firmiliano, "a estulta arrogância do bispo de Roma, com presunção de que o seu bispado é herança do apóstolo Pedro". A preponderância que na propaganda se permitia à moral sobre o dogma, deixava à ortodoxia uma latitude hoje inconcebível, e facilitava as reconciliações que o absolutismo unitário de uma autoridade individualmente infalível teria necessariamente impossibilitado. As boas obras eram então o melhor sinal de fé que se não traduzia em fórmulas artificiais, mas na comunicação íntima entre os dissidentes evitavam as cismas, que o refimento centralizador converteu depois em sucessos triviais e persistentes. A simplicidade dos dogmas, a ausência de cerimônias teatrais, a severa proibição das imagens, a pureza do ensino, o martírio dos confessores da fé, a submissão a todos os governos humanos, a aspiração a uma pátria estranha a este mundo, constituíam a mais decidida antítese entre aquela comunidade, vinculada pelos laços morais, e o Catolicismo Romano fundado na ampliação arbitrária dos artigos de fé, nas pompas de um culto faustoso, no enfeitiçamento dos sentidos, no casuísmo, na intolerância, não somente dogmática, mas temporal, na insubordinação contra o poder civil, no pendor do sacerdócio a estabelecer neste mundo um reino seu. A direção dos crentes incumbia aos bispos, eleitos pelos fiéis, aos padres e diáconos; mas ainda assim, considerável era a participação da sociedade leiga no julgamento das questões que interessavam a fé comum. A igreja era o povo, não suplantado, mas livremente unificado ao sacerdócio (1930, p. 23).
Mundanismo: Um documento revelador é o chamado “Cânones dos Santos Apóstolos”, produzido provavelmente no final desse período: o mundanismo predominava entre o clero, pois muitos faziam parte da igreja, mas manifestavam um comportamento totalmente pagão; predominava a imoralidade; os templos cristãos se assemelham cada vez mais aos templos pagãos ricos e suntuosos; as primeiras imagens começam a serem inseridas nos templos com a explicação de que era para substituir as adorações politeístas pagãs.
Analfabetismo: A maior parte dos cristãos continuou no analfabetismo, pois o ensino do catecismo se dava na forma oral/memorização. Poucos membros frequentavam as escolas pagãs. Assim perpetuava-se a liderança daqueles que detinham o conhecimento em detrimento da grande massa de cristãos que permanecia na ignorância literária. Houvesse o cuidado com a alfabetização dessa maioria e certamente a História Cristã que conhecemos seria totalmente diferente. Somente no século XVI com o advento da Reforma Protestante é que os seus diversos segmentos haverão de investir fortemente na educação de seus membros, principalmente as crianças. 
Ascetismo: Muitos cristãos diante do quadro decadente de suas lideranças eclesiásticas e tomados pelo sentimento de desesperança em ver a sociedade salva, buscam uma alternativa para si optando por uma vida ascética de renúncia: ao casamento [um celibato voluntário], comer carne, beber vinho. Nesse primeiro momento ainda permanecia vivendo na sociedade, porém, mais tarde começaram a abandonar o “mundo” retirando-se para os desertos e florestas.
Não devemos generalizar que toda a cristandade estivesse tão corrompida. Uma expressiva parcela da liderança e dos cristãos permanecia firme lutando sinceramente por uma vida cristã autentica sem essa tibieza de moralidade, tanto de costumes como de práticas, com apontamos ao referenciar alguns dos movimentos internos. Além disso, o cristianismo conseguiu restringir o divórcio, abolir a pratica de infanticídio, valorizar o casamento e a vida familiar e restringir ao máximo as condições desumanas dos escravos, beneficiando não apenas as comunidades cristãs, mas a sociedade como um todo.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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