RESUMO
A Igreja Assembleia de Deus
é o segundo maior grupo religioso do Brasil de acordo com os últimos Censos
demográficos. Fundada em Belém do Pará em 1911, sua expansão se deu em
consonância com diversas transformações sociais ocorridas no Brasil durante o
século XX. Dentre tais transformações, ganham destaque os processos
complementares de industrialização e urbanização do país, em evidência de modo
especial a partir da segunda metade do século. Foi a partir deste período que as
Assembleias de Deus bem como as demais denominações de orientação pentecostal
começaram a chamar a atenção no campo religioso brasileiro. Desde a década de
60 estudos acadêmicos apontam como as igrejas pentecostais beneficiaram-se das
massas de migrantes que chegavam às metrópoles para fornecerem a mão-de-obra
para as indústrias em expansão, concluindo existir uma ligação direta entre a
urbanização e o crescimento pentecostal. No entanto, embora inseridas no mesmo
contexto, nem todas as denominações tiveram o mesmo ritmo de crescimento. As
Assembleias de Deus, por exemplo, hoje contam com seis vezes mais membros que a
segunda maior igreja pentecostal, a também centenária Congregação Cristã no
Brasil, esta tendo a “vantagem” de já ter nascido no espaço urbano. Desta
forma, partimos da hipótese de que o crescimento assembleiano no mundo urbano
deve ser entendido não apenas à luz das transformações sociais externas, mas
também a partir da dinâmica interna de organização da Igreja. Um dos fatores
preponderantes neste item é a forma sui generis como as Assembleias de Deus
conseguiram agregar suas diferentes cisões internas em torno de uma mesma
plataforma denominacional sem que isto representasse a desestruturação ou o
esfacelamento da Igreja, em um processo de esgarçamento institucional não
observável em qualquer outra igreja pentecostal brasileira. Além disso, também
levamos em conta os códigos culturais próprios da denominação, nascidos no
imbricamento da experiência sueca de seus primeiros líderes, da experiência
migratória de seus membros e das respostas próprias desenvolvidas pelo aparato
institucional da igreja às pressões da cultura metropolitana. Embora partamos
de um panorama geral da história da denominação, privilegiaremos o estudo do
período compreendido entre os anos de 1946 e 1980, com base em periodização
desenvolvida a partir de elementos colhidos no decorrer da pesquisa.
Palavras-chave:
Assembleias de Deus. Urbanização. Industrialização. Pentecostalismo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO, 13
Um balanço sobre o estudo
das ADs no Brasil, 19
O aporte teórico da
pesquisa, 22
Fontes para o estudo das ADs
no Brasil, 25
a) Os livros oficiais de
história da denominação, 26
b) Biografias, 29
c) Periódicos e impressos
doutrinários, 32
Apresentação dos capítulos,
33
CAPÍTULO
1 – ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL: UM PERFIL HISTÓRICO, 36
A AD no campo religioso
pentecostal brasileiro, 38
Os fundadores da AD: Gunnar
Vingren e Daniel Berg, 44
Pentecostalismo nos EUA, 45
A narrativa da fundação e
seu uso funcional, 50
Os missionários suecos e o
cisma em Belém do Pará, 53
Uma leitura da cisão em
Belém do Pará a partir de Weber e Bourdieu, 56
O campo religioso de Belém
do Pará em 1911, 62
Primeiros passos da
institucionalização, 67
O reforço sueco, 75
Criação da CGADB, 82
A ministerialização da AD e
fortalecimento das lideranças regionais, 85
A “geopolítica” assembleiana
e as cisões ministeriais, 89
CAPÍTULO
2 – O CAMPO RELIGIOSO ASSEMBLEIANO: TRANSFORMAÇÕES E ESTRATÉGIAS, 98
O campo religioso
assembleiano e suas transformações, 101
Uma proposta de
periodização, 107
1. A Era Vingren
(1911-1932), 107
2. A Era Nyström
(1932-1946), 109
3. A Era Canuto/Macalão
(1946-1980), 111
4. A Era Wellington (1980 em
diante), 115
As estratégias do campo: um
panorama institucional das ADs, 121
a) A CGADB, 122
b) A CPAD, 127
c) O Mensageiro da Paz, 131
d) A Harpa Cristã, 142
e) As Revistas de Escola
Dominical, 146
CAPÍTULO
3 – OS CAMINHOS DA EXPANSÃO NA METRÓPOLE, 153
Os números do crescimento
assembleiano, 155
Um panorama do campo
religioso em São Paulo, 159
a) A organização do
Ministério do Belém (ADMB), 162
b) A organização do
Ministério de Madureira (ADMM), 165
c) Outros modelos de
organização, 168
As ADs e o processo de
formação da periferia de São Paulo, 170
A história das ADs em São
Paulo, 175
As ADs de São Paulo na Era
Canuto/Macalão, 191
CAPÍTULO
4 – PRÁTICAS CULTURAIS ASSEMBLEIANAS: A CONSTRUÇÃO DE UMA TRADIÇÃO,
205
O culto assembleiano, 210
a) A oração e a participação
coletiva, 214
b) Os hinos da Harpa Cristã,
217
c) A leitura bíblica, 221
d) Testemunhos, 223
e) Os “hinos avulsos”, 225
f) A apresentação dos
visitantes, 229
g) As ofertas, 231
h) A pregação, 233
Outros formatos tradicionais
de culto, 236
a) O culto ao “ar livre”,
236
b) O culto de oração, 238
c) O culto de batismo, 241
d) A Santa Ceia, 242
A Hierarquia assembleiana,
244
a) Cooperador, 248
b) Diácono, 248
c) Presbítero, 249
d) Evangelista, 250
e) Pastor, 251
A construção histórica da
hierarquia assembleiana, 252
Os departamentos, 263
O conjunto de mocidade e as
transformações na cultura assembleiana, 264
O círculo de oração: o
espaço das mulheres, 268
CAPÍTULO
5 – “O LANCE IMPREVISTO”: AS ASSEMBLEIAS DE DEUS E A
CULTURA
URBANA, 272
A metáfora do exército, 273
As ADs e a cultura urbana no
início da Era Canuto/Macalão: preocupação e cautela, 279
As ADs e a cultura urbana em
meados da Era Canuto/Macalão: “a peleja torna-se renhida”, 290
As ADs e a cultura urbana no
final da Era Canuto/Macalão: o nascimento de táticas, 313
CONSIDERAÇÕES
FINAIS, 321
REFERÊNCIAS,
328
1. Fontes, 328
2. Bibliografia, 342
Fajardo, Maxwell
Pinheiro. “Onde a luta se travar”: a
expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980). Tese de
Doutorado - Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual
Paulista. Orientador: Dr Milton
Carlos Costa.
Guedes, Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
Universidade
Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro
Blog
Reflexão Bíblica
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/
Artigos Relacionados
O Protestantismo na capital
de São Paulo: A Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Religião).
A Reforma Protestante, Seu
Contexto Humanístico e Suas Implicações para a Educação (Graduação Pedagogia)
O respeito à lei e à ordem:
presbiterianos e o governo militar 1964 - 1985. (Tese de Doutorado )
"Entre a sacristia e o
laboratório": os intelectuais protestantes brasileiros e a produção da
cultura (1903-1942). Tese (Doutorado)
Presbiterianismo do Sul em
Campinas: Presbiterianismo do Sul em Campinas: primórdio da educação
liberal. Tese (Doutorado)
A Igreja Presbiteriana
Conservadora do Brasil - uma questão doutrinária. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Religião).
Origem da Igreja Cristã de
São Paulo e a contribuição de alguns de seus membros para a formação da
FFLCH/USP - uma expressão de liberdade religiosa. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Religião).
Nenhum comentário:
Postar um comentário