Propriedade adquirida em 1950 onde na década de 60 foi construído o templo da IPJO http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/ |
Resumo
A
presente dissertação analisa a implantação do protestantismo na capital
paulista, através de um de seus ramos o presbiterianismo. O estudo tem como
foco central o estabelecimento da Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras,
onde através da pesquisa bibliográfica e documental, enfoca-se o presbiterianismo
e sua atuação na cidade de São Paulo. O protestantismo estabelece-se no Brasil
de forma ainda incipiente no final do século dezenove através dos primeiros
missionários que aqui chegaram com o propósito de estabelecerem suas diversas
ramificações geradas pelo movimento reformador do século dezesseis. Um conjunto
de fatores econômicos, sociais e judiciais facilitou muito para que a mensagem
evangélica protestante encontrasse boa aceitação entre os brasileiros,
principalmente entre a elite liberal advinda do regime republicano. Na virada
para o século vinte a Cidade de São Paulo assume um papel predominante na
condução do desenvolvimento e diretrizes políticas do país e o protestantismo
com sua mensagem progressista sobe nesta locomotiva e aproveita de forma
positiva as oportunidades que lhe são disponibilizadas e estabelece comunidades
fortes na capital e aos arredores. Mas o presbiterianismo compartilha do mesmo
sintoma divisionista de seus pares reformados e logo experimenta suas primeiras
cisões internas. Em 1903 ocorre a primeira grande divisão, dando origem a duas
denominações: a Igreja Presbiteriana do Brasil e a Igreja Presbiteriana
Independente. Poucos anos depois, esta segunda denominação experimenta duas
divisões simultâneas: a Igreja Presbiteriana Conservadora e a Igreja Cristã de
São Paulo (1942). A Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras também é
resultado de um processo divisório na história eclesiástica da Igreja
Presbiteriana Unida de São Paulo. No transcorre desta pesquisa há um esforço
para expor as razões e motivações que contribuíram para a formação de mais uma
igreja presbiteriana no centro da cidade e seus esforços para se estabelecer.
Destaca-se a pessoa carismática do Rev. José Borges dos Santos Jr. que iniciou,
conduziu e concluiu este processo separatista.
Introdução
Introdução
Quando
nos propomos a falar de Protestantismo[1] no
Brasil é impossível não pensarmos na cidade de São Paulo. Ainda que Simonton
tenha desembarcado no Rio de Janeiro e ali tenha empreendido seus primeiros e
profícuos esforços na implantação da mensagem evangélica protestante, conforme
proposta por um de seus diversos ramos o Presbiterianismo, é na cidade e estado
de São Paulo que esta mensagem vai expandir de forma mais acentuada, tornando
possível o estabelecimento de uma forte e crescente denominação protestante no
país.
O
recorte histórico que fazemos neste trabalho, início da década de 60, torna-se
relevante, pois o estabelecimento da Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras
(IPJO), ocorre em um dos momentos mais tensos da história brasileira e da
própria Igreja Presbiteriana do Brasil[2].
Ainda
que seja a análise de um caso específico, de uma igreja e de um ramo do
protestantismo, teremos a oportunidade de fazermos uma revisão histórica da
implantação e desenvolvimento do protestantismo brasileiro, mais
especificamente da cidade de São Paulo, nos conduzindo a uma avaliação e uma
autocrítica da própria herança protestante e, por conseguinte, a um
enriquecimento profundo da vivência da fé evangélico-protestante.
Como
cientista da religião a análise critica com que este trabalho é elaborado não
trás em si qualquer desejo de enaltecer ou de depreciar o legado protestante
brasileiro, ao contrário, o esforço é resgatar um momento histórico que permite
aos estudiosos da religião e mais particularmente aos protestantes brasileiros compreenderem,
discernirem e acolherem por novos ângulos a própria experiência cristã atual.
No
primeiro capítulo faço uma retrospectiva histórica do protestantismo
brasileiro, explorando o contexto pré Simonton, pois neste momento histórico o
Brasil experimenta uma profunda e continua metamorfose em todas suas esferas
sociais, que influenciam diretamente na dinâmica religiosa do país e
principalmente no que tange a implantação e desenvolvimento do protestantismo.
Além dos esforços iniciais do próprio Simonton também destaco a chegada de seu
cunhado Blackford e demais companheiros, que haverão de ser fundamentais no
estabelecimento e expansão protestante na cidade de São Paulo.
No
capítulo dois abalizo o papel e a importância do protestantismo na capital paulista,
bem como seu desenvolvimento e seus percalços. Em poucos anos São Paulo se
torna a capital do presbiterianismo brasileiro e o palco onde atuaram seus
principais protagonistas que produziram seus acontecimentos mais marcantes quer
positivamente como a expansão e demarcação de seu espaço na sociedade paulista
e brasileira querem em seu aspecto negativo como o grande cisma em 1903 e seus
contínuos desdobramentos. Destaco o nascimento da Primeira Igreja Presbiteriana
na capital e posteriormente as fomentações e fragmentações que precocemente
surgem e que acabaram fazendo surgir uma segunda igreja denominada de Igreja
Presbiteriana Unida de São Paulo (IPUSP), e que por fim desemboca na primeira
grande divisão do presbiterianismo brasileiro dando origem à Igreja
Presbiteriana Independente (IPI).
Entrando
no capítulo três da pesquisa faço um levantamento historiográfico da
implantação da IPJO, explorando as motivações e propostas que possibilitaram a
existência de mais uma Igreja Presbiteriana no centro da cidade de São Paulo.
Utilizo para isso além da bibliografia relacionada ao tema, como também outras
fontes como atas e boletins, resoluções conciliares, bem como jornais
denominacionais e depoimentos de pessoas envolvidas, que hoje tem a
possibilidade de amadurecidos e aclimatizados pelos anos passados do fato histórico,
fazer seus relatos e até mesmo suas análises daqueles acontecimentos e de seus
posicionamentos. Faremos maior esforço em possibilitar
No
quarto e último capítulo dedico um espaço amplo para a pessoa e ministério do
Rev. Jose Borges dos Santos Jr, que se constitui na mola mestra da fundação da
Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras (IPJO) e que vai conduzi-la em sua
primeira década onde se estabelece definitivamente como igreja coroando todo o
esforço despendido com a inauguração do seu templo. Busquei nos Relatórios
Pastorais do Rev. Borges, bem como em outras fontes informativas possíveis,
esboçar com a maior clareza possível um perfil deste personagem histórico do
presbiterianismo brasileiro, em suas múltiplas áreas de atuação dentro e fora
do campo religioso, e que haverá de se materializar na formação desta nova
Igreja Presbiteriana no coração da grande metrópole que é São Paulo.
[1] Em termos amplos conforme J. Leslie Dunstan
o protestantismo é um dos três ramos do cristianismo, ao lado do catolicismo
romano e das igrejas orientais ou ortodoxas (Protestantismo. Lisboa:
Verbo, 1980, p. 7). Mas para delinearmos melhor o seu significado nesta
pesquisa utilizaremos a proposta de Antonio Gouvêia Mendonça: “Protestantes seriam aquelas igrejas
originadas da Reforma ou que, embora surgidas posteriormente, guardam os
princípios gerais do movimento. Estas igrejas compõem a grande família da
Reforma: luteranas, presbiterianas, metodistas, congregacionais e batistas.
Estas últimas, as batistas, também resistem ao conceito de protestantes por
razões de ordem histórica, embora mantenham os princípios da Reforma. Creio não
ser, por isso, necessário criar para elas uma categoria à parte. São
integrantes do protestantismo chamado tradicional ou histórico, tanto sob o
ponto de vista teológico como eclesiológico. Estes cinco ramos ou famílias da
Reforma se multiplicam em numerosos sub-ramos, recebendo os mais diferentes
nomes, mas que, ao guardar os princípios fundantes, podem ser incluídos no
universo do protestantismo propriamente dito” (O protestantismo no Brasil e suas encruzilhadas. IN: PEREIRA, João
Baptista Borges (org.). Religiosidade no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 2012, p. 73).
[2] É muito interessante a periodização
do protestantismo brasileiro feita por Mendonça: “Propomos a seguinte periodização: de 1824 a 1916, período de
implantação do protestantismo no Brasil; de 1916 a 1952, desenvolvimento do
projeto de cooperação ou pan-protestantismo e a chegada de ‘um bando de
teologias novas’; de 1952 a 1962,
crise política e religiosa, ensaio de politização do protestantismo e impacto
do pentecostalismo; de 1962 a 1983, período de repressão no interior do
protestantismo, da revolução
neopentecostal, fortalecimento do denominacionismo e o isolacionismo das
igrejas” (2012, 76). Nosso recorte esta dentro dos dois últimos
períodos.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 13
1. HISTÓRIA DA INSERÇÃO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL 23
1.1- 0
Brasil na Chegada de Simonton 23
1.1.1 -
As Primeiras Aberturas ao Protestantismo 23
1.1.2 As
Sociedades Bíblicas e a Colportagem 24
1.1.3 Os
Primeiros Convertidos e as Primeiras Igrejas
Protestantes Brasileiras 26
1.1.4- Mudanças Econômicas e Sociais 26
1.1.5 - Consulta Jurídica Sobre a Tolerância e Liberdade
Religiosa no Brasil 28
1.2- 0
Trabalho Desenvolvido por Simonton e Seus
Companheiros 29
1.3 -
A Expansão do Presbiterianismo Com José Manoel da
Conceição 32
1.4 -
A Mudança da Estratégia Missionária 34
2. IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PRESBITERIANISMO
EM SÃO PAULO 36
2.1 -
Primórdios da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo
2.1.1 -
Desenvolvimento da Primeira Igreja Presbiteriana
de São Paulo 41
2.2 -
Fomentações e Fragmentações do Presbiterianismo
Brasileiro 42
2.2.1 -
Duas Congregações e a Formação da Segunda
Igreja Presbiteriana de São Paulo 44
2.2.2 -
Igreja Presbiteriana Filadelfa 46
2.3 -
A Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo 48
2.4 -
Nova Dissensão Teológica - Salomão Ferraz 51
3. A IGREJA PRESBITERIANA JARDIM DAS OLIVEIRAS
59
3.1- Primórdios das Atividades na
Alameda Jaú 60
3.2 -
Organização e Ano Um 63
3.3 -A
Construção do Templo 68
3.4 -
A Saída do Rev. Borges da IPJO 72
3.5 -
O Envolvimento da IPJO com Atividades Evangelísticas e
Sociais 75
3.6 -
A Congregação no Jd Peri 76
4. REVERENDO JOSÉ BORGES DOS SANTOS JUNIOR 77
4.1 -
Seu nascimento e infância 77
4.2 -
A Formação Acadêmica 78
4.3 -
O Ministério Pastoral 80
4.3.1 -
Ordenação e Primeiros Campos 80
4.3.2 -
Primeira Igreja Presbiteriana de Campinas 81
4.3.3 - Igreja Presbiteriana Unida de
São Paulo 83
4.3.4 - Igreja Presbiteriana Jardim das
Oliveiras 89
4.4 -
Jubilação 102
4.5 -
Funções Eclesiásticas 103
4.5.1 -
Professor do Seminário Presbiteriano de Campinas 103
4.5.2 -
Atuação no Supremo Concilio e outros Concílios da IPB 105
4.5.3 -
O Centenário Presbiteriano no Brasil 122
4.6 -
Atividades Paraeclesiásticas 132
4.6.1 -
Atividades Paraeclesiásticas Nacionais 133
4.6.2 -
Atividades Paraeclesiásticas Internacionais 145
4.7 -
Educador 151
4.8-0 Radialista Evangélico 159
4.9 - Atividades Ecumênicas 165
4.10-0 Instituto de Promoção e Serviço Ecumênico (IPSE) e/ou
A Capela do Convívio Cristão 169
CONCLUSÃO 175
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
Palavras-chave: Protestantismo,
Presbiterianos, Ruptura, Conservador, Liberal, Progressista, Rev. José Borges
dos Santos Jr., Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras.
GUEDES,
Ivan P. O Protestantismo na capital de São Paulo: A Igreja Presbiteriana
Jardim das Oliveiras. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião). São
Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013. [Orientador: Prof. Dr. João
Baptista Borges Pereira]. http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/2431
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Reflexão Bíblica
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/
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A
Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil - uma questão doutrinária. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Religião). http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2013/11/fichario-dissertacao-igreja.html
Origem
da Igreja Cristã de São Paulo e a contribuição de alguns de seus membros para a
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