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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Síntese da História da Igreja Cristã - 4º Século

Cada instante é único. Mas há momentos que se tornam decisivos.

O Cristianismo que até o terceiro século foi perseguido, primeiramente pelo judaísmo e posteriormente pelo Império Romano, experimenta no quarto século uma total inversão desta situação: as religiões classificadas como pagãs foram proibidas e seus adeptos passaram a ser perseguidos e a religião cristã vai assumindo cada vez mais a primazia dentro da política do Império Romano. Constantino torna-se o primeiro Imperador romano a assumir esta nova religião.           

Com a inserção do Imperador Constantino na estrutura eclesiástica da Igreja Cristã, ele convoca o primeiro grande Concílio, até aqui os Concílios eram regionais, e diante dos impasses acaba determinando o resultado de discussões teológicas que não encontravam consenso entre as lideranças cristãs. No final do século IV, o cristianismo em sua forma católica (universal) sera decretada como a religião do Império pelo imperador Teodósio em 380. Um pouco antes, em 356, Constâncio, um dos filhos de Constantino, havia baixado leis que ameaçavam com a pena de morte aqueles que promovessem sacrifícios ou culto à ídolos. 

Evidente que não foi uma inversão tranquila, pois ainda houve esforços para manter o Cristianismo em subserviência. O Imperador Diocleciano, nos primeiros anos do século tentou erradicar a religião cristã e determinando que os cristãos fizessem oferendas aos deuses e participassem de cultos pagãos. Uma das últimas reações oficiais contra o Cristianismo foi promovida pelo Imperador Juliano que tentou reviver o paganismo durante seu curto reinado (361-363). Após sua morte, seus sucessores não apenas assumiram o Cristianismo como religiões oficiais como passaram a dificultar a vida das outras religiões dentro do Império.

As lideranças cristãs vão assumindo cada vez mais a influência sobre as diretrizes políticas do Império e começam a perseguir os que antes lhes perseguiam com a chancela das autoridades imperiais. Em 385, um bispo e alguns de seus liderados foram condenados à morte porque ensinavam princípios doutrinários que divergiam da chamada ortodoxia da igreja oficial e/ou predominante, que viria a se constituir a Igreja Católica Romana. Os templos das religiões consideram pagãs são adaptados para serem templos cristãos, ou são simplesmente destruídos, assim como os chamados bosques sagrados, locais onde se praticavam ritos religiosos. Toda literatura pagã ou contraria aos dogmas conciliares começam a serem anatematizadas e destruídas. 

Então o Imperador Teodósio deu o golpe final em 392, proibindo toda e qualquer manifestação cúltica fora dos padrões agora estabelecidos pela Igreja Cristã oficial. Desta forma, o caminho está completamente desimpedido para que a religião cristã se expandisse mais rapidamente por todo o Império, bem como sua influência na máquina pública governamental, assumindo cada vez mais o poder nas instâncias do judiciário. 

No quarto século a figura do Imperador Constantino tornou-se reverenciado por todo o Cristianismo oficial, visto que dele veio o primeiro reconhecimento imperial da religião cristã e os benefícios crescentes que vão se sucedendo, de maneira que, a vida e o governo de Constantino vão se amalgamando com o estabelecimento da religião cristã. O próprio imperador admite uma experiência sobrenatural cristã em 312. Em momento anterior, em abril de 311, quando ainda reinava apenas sobre a Espanha, a Gália e a Bretanha, ele havia estabelecido um consenso muito relevante com os outros três imperadores que naquele momento simultaneamente compartilhavam o Império[1], um decreto concedendo aos cristãos a liberdade de culto e a restituição dos direitos eclesiásticos propriedade, que lhes haviam sido tirados por decretos imperiais anteriores.

Este edito marca oficialmente o fim da perseguição contra os cristãos no Oriente, cujos imperadores Galério e Maximino Daia haviam mantido com determinação, mesmo após a renúncia de Diocleciano em 305, onde muitas lideranças cristãs pereceram em martírios. Diferentemente do que vai ocorrer no Ocidente onde a perseguição oficial se extinguiu com bastante rapidez por volta de 306. Houve uma resistência ao edito mencionado acima, em que Maxêncio, um dos quatro imperadores, recusou-se a aplicar este edito. Foi a oportunidade para que Constantino ampliasse seus territórios, esmagando os exércitos de Maxêncio nas proximidades de Roma em outubro de 312, durante a Batalha da Ponte Mílvia ou Batalha da Ponte Mílvio, tornando-se imperador de seus territórios na Itália e no norte da África.

Em 313 em Milão, Constantino encontra-se com Licínio, que compartilhava seu poder no Oriente com Maximino Daia. Os dois homens definem ali os princípios religiosos que devem ser aplicados no Império: liberdade de culto para todos os cidadãos, restituição dos bens confiscados com os cristãos. Maximino Daia resiste em implementar os termos do decreto que é chamado de Edito de Milão. Em nova batalha e sendo derrotado por Licínio o imperador Daia prefere escolher a saída pelo suicídio. Mas as diferenças entre os dois imperadores vão aumentando e em 324 ocorre nova batalha, tendo como um dos pontos conflitantes a hostilidade de Licínio contra o cristianismo, de maneira que agora Constantino unifica o trono do Império Romano.

Com a consolidação do poder soberano de Constantino, Igreja e Estado tornam-se umbilicalmente interligados. O imperador vai assumindo cada vez mais prerrogativas eclesiásticas e será denominado de o "bispo de fora",[2] sendo responsável pela gestão dos assuntos externos da Igreja, entretanto, ingere cada vez mais nos assuntos internos da Igreja. Os primeiros Concílios cristãos carregam a sua marca pessoal, influenciando os debates teológicos, que se intensificaram neste século IV. Um destes debates vai perdurar por mais de meio século: a questão da Trindade.

Por volta do ano 318, o Oriente foi incendiado pelas doutrinas de um bispo chamado Ário (em latim: Arius) ou Areio (em latim: Areius), sacerdote de um dos grandes centros cristãos em Alexandria, que deu origem ao movimento denominado arianismo[3]. A tese de Ário visava preservar a posição preeminente do Pai na trindade, à qual ninguém, nem mesmo o Filho, pode ser comparado. Segundo ele somente o Pai existe desde toda a eternidade e o Filho foi criado do nada por Ele, de maneira que o Filho não compartilha da mesma natureza do Pai[4] – está pronto o barril de pólvora e bastará uma pequena faísca para que ele exploda o que vai ocorre em muito breve.

Em resposta aos ensinos classificados como herético, Alexandre então bispo de Alexandria, excomunga Ário e todos seus seguidores. O ensino, que será posteriormente tornado oficial como parte integrante da ortodoxia da Igreja Cristã, definira que o Verbo (o Filho) coexiste com o Pai desde toda a eternidade, portanto, ele não foi criado, e a natureza do Filho é a mesma do Pai. 

Por sua vez Ário não aceita a decisão de seu bispo e inicia um movimento de resistência buscando apoio entre as demais lideranças da Igreja, encontrando forte apoio no Oriente. O Imperador Constantino receoso de que este embate teológico viesse a dividir a Igreja Cristã e afetar a própria estabilidade do Império, decide intervir para pôr fim a este conflito. Ele convoca um Concílio geral (325 d.C.) para se reunir em Nicéia (agora Izbik na Turquia). É o primeiro de seu tipo, pois até então, os concílios não tinham ido além do nível regional.

Após inúmeros embates teológicos as teses de Ário são condenadas e a cristologia ortodoxa é definida em uma Confissão de Fé, também chamada de símbolo ou credo: Jesus Cristo é “Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus”. A pitada de Constantino vem através de seu conselheiro eclesiástico Ósio de Córdoba[5], que acrescentou uma pequena frase “consubstancial ao Pai”, enfatizando que o Filho é perfeitamente igual ao Pai.

Entretanto esta palavra, "consubstancial" (homoousios[6] em grego), não demorou muito para desencadear imediatamente uma disputa teológica que não terminaria até o Concílio de Constantinopla em 381. Os bispos orientais que haviam apoiado Ário, diante da forte pressão imperial, começam a se retratar e adotar a posição oficial Concílio. Constantino não hesita em excomungar os recalcitrantes, que veem perigo na utilização do termo "consubstancial", pois temem o ressurgimento de uma antiga heresia, ensinada por um bispo chamado Sabélio[7], que mal distinguia Cristo do Pai.

Mas três anos após o Concílio de Nicéia, o próprio Constantino deu uma nova guinada e reabilita o arianismo. Seus sucessores se alinham a essa posição, para tentarem impedir o crescente poder eclesiástico cristão nas entranhas do Império, ainda que com algumas nuances. A exceção é Imperador Juliano, mais tarde chamado de Apóstata, que tenta resgatar as religiões familiares romanas e Valentiniano (364-375), que se torna fiel à fé nicena. Em 381, o imperador Teodósio coloca fim às intrigas e reafirma definitivamente os conceitos teológicos estabelecidos no Concilio de Nicéia. Hoje, esse Credo, com pequenas diferenças, ainda é compartilhado pelas denominações cristãs mais ortodoxas.

Mas o que parecia ser um momento de pacificação e prosperidade da Igreja Cristã, vai se constituir no inicio de diversos movimentos intestinos. Na mesma proporção que a Igreja torna-se cada vez mais poderosa e rica, ocorre um relaxamento do fervor cristão, pois ela vai se amalgamando com o secularismo e materialismo. Por não aceitarem esta acomodação e por não terem forças para lutarem contra, inicia-se um êxodo cristão para fora da Igreja Oficial. Um dos caminhos é o silêncio do deserto, a solidão e a meditação pessoal. 

Este século IV, decisivo em mais de um sentido para a história do cristianismo, viu também o nascimento do monaquismo[8] ou monasticismo que teve seus precursores ainda no século III, sendo o mais ilustre Antão,[9] que foi um jovem egípcio nascido em 251 (ele morrerá com mais de cem anos em 356); insatisfeito decide um dia deixar tudo, família, trabalho e bens materiais para se isolar no deserto, tornando-se o precursor dos chamados anacoretas,[10] aqueles cristãos que escolhem levar uma vida solitária. Estes eremitas serão os protótipos do monasticismo cristão.

Mas Pacômio (c. 292-348), também conhecido como Abba [Pai] Pacômio, vai iniciar outro movimento de vida comunitária, o cenobitismo (koinobion "vida em comum"), caracterizado por disciplina estrita, adoração regular e trabalho manual. Em 326 ele inicia a primeira comunidade de monges no Alto Egito, com as características acima mencionadas. Esse modelo de comunidade religiosa começa a se espalhar no Ocidente e Jerônimo (347-419), que havia sido monge no Oriente, propõe esse modelo comunitário em Roma e Agostinho e Eusébio dão impulso aos mosteiros episcopais.

No final do século IV a Igreja parece ter alcançado seu ápice: politicamente, não têm mais adversários e sua expansão ultrapassa as fronteiras do Império; intelectualmente brilha graças aos chamados Padres da Igreja, esses bispos-escritores irão deixar uma rica herança composta de sermões, histórias, comentários e tratados teológicos; culturalmente, desenvolve-se a chamada arte cristã que vai perdurar por toda a Idade Média; socialmente, o cristianismo penetrou em todos os estratos sociais, dos camponeses aos aristocratas; economicamente, as igrejas adquirem e acumulam consideráveis ​​riquezas e territórios.

Mas as nuvens escuras estão se formando rapidamente, prenunciando grandes tempestades para o próximo século. O Império está muito doente, e os bárbaros logo invadirão suas terras. Assim como os mandatários imperiais, as lideranças cristãs eclesiásticas se sentem completamente seguros entrincheirados nas entranhas do Império, mas essa falsa sensação de segurança vai exigir um alto preço.

Datas importantes

301

A Armênia é o primeiro país do mundo a adotar o cristianismo como religião do Estado

303

Imperador Diocleciano lança perseguição para erradicar o cristianismo; queima de muitas escrituras e milhares de mortos.

305

Abdicação de Diocleciano; nova tetrarquia.

306

Constantino se torna imperador

311

Início da grande polêmica se os que renunciaram a fé cristã, durante a perseguição deveriam retornar à comunhão ou serem rebatizados; Agostinho entende que sim e os donatistas como Petiliano entende que não.

312

Constantino adota o cristianismo, após ter uma visão de uma cruz e de que venceria a batalha derradeira na ponte Mílvia; ele de fato venceu a grande batalha.

313

O imperador Constantino promulga o édito de tolerância de Milão, redigido por Galério, pelo qual legaliza o cristianismo como religião tolerada pelo Império, dez anos após a “Grande Perseguição”; começa a ascensão da igreja cristã.

320

Ário de Alexandria começa a ensinar que Jesus era um ser criado e não Deus por natureza, seus conceitos teológicos são conhecidos como “arianismo”.

Pacômio estabelece um importante mosteiro na região de Tebaida, Egito e logo proliferam outros, incluindo um para mulheres.

324

Eusébio de Cesareia escreve sua obra “História da Igreja” importante para se compreender o desenvolvimento eclesiástico da Igreja Primitiva. Também faz referência a autoria dos escritos evangélicos neotestamentários.

325

Concílio de Niceia foi o primeiro grande Concílio e fundamental para a Igreja Cristã; condena o arianismo e reafirma a doutrina da cristologia da “mesma substância do Pai”, estabelecendo a máxima de que Jesus é plenamente Deus e não criado.

329

Surge os chamados Padres Capadócios: Basílio de Cesareia; Gregório de Nazianzo; Gregório de Nissa. Defendem magistralmente a doutrina da Trindade.

330

Fundação de Constantinopla a nova capital do Império e que se tornara o pivô da Grande Cisão do cristianismo – Oriente e Ocidente.  

337

Morte de Constantino. Somente em seus últimos dias foi que ele se submete ao batismo cristão via a vertente dissidente do arianismo, que foi reiteradamente condenada desde Nicéia.

347

Jerônimo que veio a ser o tradutor da Vulgata latina (404) que se tornaria a única versão da Bíblia autorizada pela Igreja Romana no primeiro milênio. Inicialmente rejeita os chamados livros apócrifos, mas próximo da morte foi pressionado a inclui-los.

350

Teodoro de Mopsuéstia defende as duas naturezas divina/humana de Jesus. Perfeitamente Deus e Perfeitamente Humana. Se opondo ao Nestorianismo que afirmava que Jesus era duas pessoas distintas.

354

Agostinho de Hipona uma das mentes mais brilhantes do cristianismo. Desenvolveu os estudos das doutrinas da graça (abundantemente utilizada pelos Reformadores sec. XVI), da igreja e os sacramentos e a da Trindade. Seu conceito bíblico da depravação total pós queda e de que o ser humano já nasce pecador, contrapondo o ensino de Ireneu de que o ser humano nasce bom e torna-se pecador por um ato da vontade (controvérsia do livre arbítrio que ainda hoje é debatido); desenvolveu a visão linear da História que era até então cíclica. Para Agostinho a História caminha para uma conclusão (fim).

375

Início da polêmica Pelagiana em que Pelágio defende que o ser humano, mesmo depois da queda, pode melhorar até o aperfeiçoamento por si mesmo. Agostinho contrapõe afirmando que sem a graça de Deus o ser humano jamais voltara ao seu estado original de pureza (obras x graça). No Concílio de Cartago o pelagianismo foi rejeitado e o ensino de Agostinho foi endossado oficialmente.

378

Cirilo de Alexandria o grande defensor do ensino bíblico das duas naturezas de Cristo em oposição a Nestório. A questão foi exaustivamente debatida no Concílio de Éfeso, onde seu ensino foi aceito e o de Nestório foi rejeitado.

380

O cristianismo em sua forma católica é proclamado a religião do Estado

381

Concílio de Constantinopla produz um Credo onde se reafirmam a Ortodoxia Nicena e a subsequente condenação definitiva do arianismo e do modalismo.

390

O cristianismo chega na Irlanda através de Magonus Sucatus Patricius ou Patrick.

391

Édito de Teodósio estabelece oficialmente o cristianismo como a religião do Império Romano e proibindo completamente quaisquer outras manifestações cúltica.

 Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Reflexão Bíblica
http://reflexaoipg.blogspot.com.br/

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[1] Esse sistema de governo chamado de Tetrarquia foi implementado por Diocleciano, em decorrência da grave crise que se havia instalado no Império no final do século III e que se inicia em 293 e perdura até 313. A Tetrarquia era composta por dois imperadores augustos (supremos) e dois imperadores césares! Inicialmente Constantino foi aclamado césares pelas tropas na Grã-Bretanha, ficando subordinado a Severo o Augusto.

[2] Na esteira do Concílio de Niceia, Constantino, embora não submisso ao batismo, portanto pagão, recebeu dos bispos cristãos o título de “episcopus ad extra” (o bispo de fora) e doravante será ele quem julgará os bispos; convocará e presidirá concílios e resolverá questões religiosas.

[3] O arianismo foi a interpretação cristológica antitrinitária sustentada pelos seguidores de Ário.

[4] Certamente a fonte primária do conceito ensinado até hoje pelos chamados Testemunhas de Jeová.

[5] Ele foi o principal defensor ocidental da ortodoxia na luta inicial contra o arianismo; ele nasceu por volta de 256 e morreu por volta de 358 em Sirmium ou na Espanha. Nos primórdios do conflito arianista (donatista), em que se manifestará a preocupação de Constantino pela manutenção da unidade eclesiástica, que pela primeira vez Ósio aparece mencionado em documentos oficiais associados ao imperador.

[6] Homoousios significa "uma substância" ou ainda da "mesma substância". Se o Filho teve um começo, como Ario estava afirmando, então o Filho foi feito de matéria, uma vez que a substância de Deus não pode ter começo. Entretanto, se Cristo é da mesma substância de Deus, então ele sempre existiu. Está foi a conclusão final do Concílio e passou a fazer parte integrante da chamada ortodoxia teológica cristã.

[7] Os conceitos teológicos de Sabélio são denominados de sabelianismo e a doutrina fundamental desenvolvida por ele é conhecida como Unicidade de Deus ou como alguns preferem Modalismo, isso decorre do fato que para ele Deus é uma Única Pessoa (ser) e que se manifesta de diversas formas, portanto, ele rejeitava a doutrina da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Sabélio defendia um monoteísmo absoluto.

[8] A palavra monaquismo vem do grego “moncos” (= aquele que está só); significa uma forma de vida cristã totalmente consagrada a Deus no retiro, no silêncio, na oração, na penitência e no trabalho. Vai dar origem aos Monastérios e Conventos que se multiplicaram no período a Idade Média.

[9] Antão, também conhecido como Antão do Egito, Antão, o Grande, Antão, o Eremita, Antão, o Anacoreta, ou ainda O Pai de Todos os Monges.

[10] Os anacoretas (anachōrētḗs), "aquele que abdicou do mundo”, "retirou-se", "recolheu-se" eram ermitãos cristãos que viviam em retiro e solidão, especialmente nos primórdios do cristianismo, dedicando-se à oração e à escrita de liturgias, a fim de alcançar um estado de graça e pureza de alma pela contemplação.