Cada instante é
único. Mas há momentos que se tornam decisivos.
O
Cristianismo que até o terceiro século foi perseguido, primeiramente pelo
judaísmo e posteriormente pelo Império Romano, experimenta no quarto século uma
total inversão desta situação: as religiões classificadas como pagãs foram
proibidas e seus adeptos passaram a ser perseguidos e a religião cristã vai
assumindo cada vez mais a primazia dentro da política do Império Romano. Constantino
torna-se o primeiro Imperador romano a assumir esta nova religião.
Com a inserção do Imperador Constantino na estrutura
eclesiástica da Igreja Cristã, ele convoca o primeiro grande Concílio, até aqui os Concílios eram regionais, e diante dos impasses acaba determinando o resultado de discussões
teológicas que não encontravam consenso entre as lideranças cristãs. No final do século IV, o cristianismo em sua forma católica
(universal) sera decretada como a religião do Império pelo imperador Teodósio em
380. Um pouco antes, em 356, Constâncio, um dos filhos de Constantino, havia baixado
leis que ameaçavam com a pena de morte
aqueles que promovessem sacrifícios ou culto à ídolos.
Evidente
que não foi uma inversão tranquila, pois ainda houve esforços para manter o
Cristianismo em subserviência. O Imperador Diocleciano, nos primeiros anos do
século tentou erradicar a religião cristã e determinando que os cristãos
fizessem oferendas aos deuses e participassem de cultos pagãos. Uma das
últimas reações oficiais contra o Cristianismo foi promovida pelo Imperador
Juliano que tentou reviver o paganismo durante seu curto reinado
(361-363). Após sua morte, seus sucessores não apenas assumiram o
Cristianismo como religiões oficiais como passaram a dificultar a vida das
outras religiões dentro do Império.
As
lideranças cristãs vão assumindo cada vez mais a influência sobre as diretrizes
políticas do Império e começam a perseguir os que antes lhes perseguiam com a
chancela das autoridades imperiais. Em 385, um bispo e alguns de seus liderados
foram condenados à morte porque ensinavam princípios doutrinários que divergiam
da chamada ortodoxia da igreja oficial e/ou predominante, que viria a se
constituir a Igreja Católica Romana. Os templos das religiões consideram
pagãs são adaptados para serem templos cristãos, ou são simplesmente destruídos,
assim como os chamados bosques sagrados, locais onde se praticavam ritos
religiosos. Toda literatura pagã ou contraria aos dogmas conciliares começam a serem anatematizadas e destruídas.
Então
o Imperador Teodósio deu o golpe final em 392, proibindo toda e qualquer
manifestação cúltica fora dos padrões agora estabelecidos pela Igreja Cristã
oficial. Desta forma, o caminho está completamente desimpedido para que a
religião cristã se expandisse mais rapidamente por todo o Império, bem como sua
influência na máquina pública governamental, assumindo cada vez mais o poder
nas instâncias do judiciário.
No
quarto século a figura do Imperador Constantino tornou-se reverenciado por todo
o Cristianismo oficial, visto que dele veio o primeiro reconhecimento imperial
da religião cristã e os benefícios crescentes que vão se sucedendo, de maneira
que, a vida e o governo de Constantino vão se amalgamando com o estabelecimento
da religião cristã. O próprio imperador admite uma experiência sobrenatural
cristã em 312. Em momento anterior, em abril de 311, quando ainda reinava
apenas sobre a Espanha, a Gália e a Bretanha, ele havia estabelecido um
consenso muito relevante com os outros três imperadores que naquele momento
simultaneamente compartilhavam o Império[1],
um decreto concedendo aos cristãos a liberdade de culto e a restituição dos
direitos eclesiásticos propriedade, que lhes haviam sido tirados por decretos
imperiais anteriores.
Este
edito marca oficialmente o fim da perseguição contra os cristãos no Oriente, cujos imperadores Galério e
Maximino Daia haviam mantido com determinação, mesmo após a renúncia de
Diocleciano em 305, onde muitas lideranças cristãs pereceram em martírios. Diferentemente
do que vai ocorrer no Ocidente onde a perseguição oficial se extinguiu com
bastante rapidez por volta de 306. Houve uma resistência ao edito mencionado
acima, em que Maxêncio, um dos quatro imperadores, recusou-se a aplicar este
edito. Foi a oportunidade para que Constantino ampliasse seus territórios,
esmagando os exércitos de Maxêncio nas proximidades de Roma em outubro de 312,
durante a Batalha da Ponte Mílvia ou Batalha da Ponte Mílvio, tornando-se imperador
de seus territórios na Itália e no norte da África.
Em
313 em Milão, Constantino encontra-se com Licínio, que compartilhava seu poder
no Oriente com Maximino Daia. Os dois homens definem ali os princípios
religiosos que devem ser aplicados no Império: liberdade de culto para todos os
cidadãos, restituição dos bens confiscados com os cristãos. Maximino Daia resiste
em implementar os termos do decreto que é chamado de Edito de Milão. Em nova
batalha e sendo derrotado por Licínio o imperador Daia prefere escolher a saída
pelo suicídio. Mas as diferenças entre os dois imperadores vão aumentando
e em 324 ocorre nova batalha, tendo como um dos pontos conflitantes a
hostilidade de Licínio contra o cristianismo, de maneira que agora Constantino
unifica o trono do Império Romano.
Com
a consolidação do poder soberano de Constantino, Igreja e Estado tornam-se
umbilicalmente interligados. O imperador vai assumindo cada vez mais prerrogativas
eclesiásticas e será denominado de o "bispo
de fora",[2] sendo responsável pela gestão
dos assuntos externos da Igreja,
entretanto, ingere cada vez mais nos assuntos
internos da Igreja. Os primeiros Concílios cristãos carregam a sua
marca pessoal, influenciando os debates teológicos, que se intensificaram neste
século IV. Um destes debates vai perdurar por mais de meio século: a questão da Trindade.
Por
volta do ano 318, o Oriente foi incendiado pelas doutrinas de um bispo chamado Ário
(em latim: Arius) ou Areio (em latim: Areius), sacerdote de um dos grandes
centros cristãos em Alexandria, que deu origem ao movimento denominado arianismo[3]. A
tese de Ário visava preservar a posição preeminente do Pai na trindade, à qual
ninguém, nem mesmo o Filho, pode ser comparado. Segundo ele somente o Pai
existe desde toda a eternidade e o Filho foi criado do nada por Ele, de maneira
que o Filho não compartilha da mesma natureza do Pai[4] –
está pronto o barril de pólvora e bastará uma pequena faísca para que ele exploda
o que vai ocorre em muito breve.
Em
resposta aos ensinos classificados como herético, Alexandre então bispo de
Alexandria, excomunga Ário e todos seus seguidores. O ensino, que será posteriormente
tornado oficial como parte integrante da ortodoxia da Igreja Cristã, definira que
o Verbo (o Filho) coexiste com o Pai desde toda a eternidade, portanto, ele não
foi criado, e a natureza do Filho é a mesma do Pai.
Por
sua vez Ário não aceita a decisão de seu bispo e inicia um movimento de
resistência buscando apoio entre as demais lideranças da Igreja, encontrando
forte apoio no Oriente. O Imperador Constantino receoso de que este embate
teológico viesse a dividir a Igreja Cristã e afetar a própria estabilidade do
Império, decide intervir para pôr fim a este conflito. Ele convoca um
Concílio geral (325 d.C.) para se reunir em Nicéia (agora Izbik na Turquia). É
o primeiro de seu tipo, pois até então, os concílios não tinham ido além do
nível regional.
Após
inúmeros embates teológicos as teses de Ário são condenadas e a cristologia ortodoxa é definida em uma Confissão
de Fé, também chamada de símbolo ou credo: Jesus Cristo é “Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro Deus de
verdadeiro Deus”. A pitada de Constantino vem através de seu
conselheiro eclesiástico Ósio de Córdoba[5], que
acrescentou uma pequena frase “consubstancial
ao Pai”, enfatizando que o Filho é perfeitamente igual ao Pai.
Entretanto
esta palavra, "consubstancial"
(homoousios[6] em grego), não demorou
muito para desencadear imediatamente uma disputa teológica que não terminaria
até o Concílio de Constantinopla em 381. Os bispos orientais que haviam apoiado
Ário, diante da forte pressão imperial, começam a se retratar e adotar a
posição oficial Concílio. Constantino não hesita em excomungar os
recalcitrantes, que veem perigo na utilização do termo "consubstancial", pois temem o
ressurgimento de uma antiga heresia, ensinada por um bispo chamado Sabélio[7],
que mal distinguia Cristo do Pai.
Mas
três anos após o Concílio de Nicéia, o próprio Constantino deu uma nova guinada
e reabilita o arianismo. Seus sucessores se alinham a essa posição, para tentarem
impedir o crescente poder eclesiástico cristão nas entranhas do Império, ainda
que com algumas nuances. A exceção é Imperador Juliano, mais tarde chamado de
Apóstata, que tenta resgatar as religiões familiares romanas e Valentiniano
(364-375), que se torna fiel à fé nicena. Em 381, o imperador Teodósio coloca
fim às intrigas e reafirma definitivamente os conceitos teológicos
estabelecidos no Concilio de Nicéia. Hoje, esse Credo, com pequenas
diferenças, ainda é compartilhado pelas denominações cristãs mais ortodoxas.
Mas
o que parecia ser um momento de pacificação e prosperidade da Igreja Cristã,
vai se constituir no inicio de diversos movimentos intestinos. Na mesma
proporção que a Igreja torna-se cada vez mais poderosa e rica, ocorre um relaxamento
do fervor cristão, pois ela vai se amalgamando com o secularismo e
materialismo. Por não aceitarem esta acomodação e por não terem forças para
lutarem contra, inicia-se um êxodo cristão para fora da Igreja Oficial. Um dos
caminhos é o silêncio do deserto, a solidão e a meditação pessoal.
Este
século IV, decisivo em mais de um sentido para a história do cristianismo, viu
também o nascimento do monaquismo[8] ou
monasticismo que teve seus precursores ainda no século III, sendo o mais
ilustre Antão,[9] que foi um jovem egípcio
nascido em 251 (ele morrerá com mais de cem anos em 356); insatisfeito decide
um dia deixar tudo, família, trabalho e bens materiais para se isolar no
deserto, tornando-se o precursor dos chamados anacoretas,[10]
aqueles cristãos que escolhem levar uma vida solitária. Estes eremitas serão os
protótipos do monasticismo cristão.
Mas
Pacômio (c. 292-348), também conhecido como Abba [Pai] Pacômio, vai iniciar outro
movimento de vida comunitária, o cenobitismo (koinobion "vida em
comum"), caracterizado por disciplina estrita, adoração regular e trabalho
manual. Em 326 ele inicia a primeira comunidade de monges no Alto Egito, com as
características acima mencionadas. Esse modelo de comunidade religiosa começa a
se espalhar no Ocidente e Jerônimo (347-419), que havia sido monge no
Oriente, propõe esse modelo comunitário em Roma e Agostinho e Eusébio dão
impulso aos mosteiros episcopais.
No
final do século IV a Igreja parece ter alcançado seu ápice: politicamente, não têm mais adversários
e sua expansão ultrapassa as fronteiras do Império; intelectualmente brilha graças aos chamados Padres da Igreja, esses
bispos-escritores irão deixar uma rica herança composta de sermões, histórias,
comentários e tratados teológicos; culturalmente,
desenvolve-se a chamada arte cristã que vai perdurar por toda a Idade Média; socialmente, o cristianismo penetrou em
todos os estratos sociais, dos camponeses aos aristocratas; economicamente, as igrejas adquirem e
acumulam consideráveis riquezas e territórios.
Mas as nuvens escuras estão se formando rapidamente, prenunciando grandes tempestades para o próximo século. O Império está muito doente, e os bárbaros logo invadirão suas terras. Assim como os mandatários imperiais, as lideranças cristãs eclesiásticas se sentem completamente seguros entrincheirados nas entranhas do Império, mas essa falsa sensação de segurança vai exigir um alto preço.
Datas importantes
A Armênia é o primeiro país do
mundo a adotar o cristianismo como religião do Estado |
|
303 |
Imperador Diocleciano lança
perseguição para erradicar o cristianismo; queima de muitas escrituras e
milhares de mortos. |
305 |
Abdicação de Diocleciano; nova
tetrarquia. |
306 |
Constantino se torna imperador |
311 |
Início da grande polêmica se os que
renunciaram a fé cristã, durante a perseguição deveriam retornar à comunhão
ou serem rebatizados; Agostinho entende que sim e os donatistas como
Petiliano entende que não. |
312 |
Constantino adota o cristianismo, após ter uma visão
de uma cruz e de que venceria a batalha derradeira na ponte Mílvia; ele de
fato venceu a grande batalha. |
313 |
O imperador Constantino promulga o édito de
tolerância de Milão, redigido por Galério, pelo qual legaliza o cristianismo como
religião tolerada pelo Império, dez anos após a “Grande Perseguição”; começa
a ascensão da igreja cristã. |
320 |
Ário de Alexandria começa a ensinar
que Jesus era um ser criado e não Deus por natureza, seus conceitos
teológicos são conhecidos como “arianismo”. Pacômio estabelece um importante
mosteiro na região de Tebaida, Egito e logo proliferam outros, incluindo um
para mulheres. |
324 |
Eusébio de Cesareia escreve sua obra “História da
Igreja” importante para se compreender o desenvolvimento eclesiástico da
Igreja Primitiva. Também faz referência a autoria dos escritos evangélicos
neotestamentários. |
325 |
Concílio de Niceia foi o primeiro
grande Concílio e fundamental para a Igreja Cristã; condena o arianismo e
reafirma a doutrina da cristologia da “mesma substância do Pai”, estabelecendo
a máxima de que Jesus é plenamente Deus e não criado. |
329 |
Surge os chamados Padres Capadócios: Basílio de
Cesareia; Gregório de Nazianzo; Gregório de Nissa. Defendem magistralmente a
doutrina da Trindade. |
330 |
Fundação de Constantinopla a nova
capital do Império e que se tornara o pivô da Grande Cisão do cristianismo –
Oriente e Ocidente. |
337 |
Morte de Constantino. Somente em
seus últimos dias foi que ele se submete ao batismo cristão via a vertente dissidente
do arianismo, que foi reiteradamente condenada desde Nicéia. |
347 |
Jerônimo que veio a ser o tradutor da Vulgata latina
(404) que se tornaria a única versão da Bíblia autorizada pela Igreja Romana no
primeiro milênio. Inicialmente rejeita os chamados livros apócrifos, mas
próximo da morte foi pressionado a inclui-los. |
350 |
Teodoro de Mopsuéstia defende as duas naturezas
divina/humana de Jesus. Perfeitamente Deus e Perfeitamente Humana. Se opondo
ao Nestorianismo que afirmava que Jesus era duas pessoas distintas. |
354 |
Agostinho de Hipona uma das mentes mais brilhantes
do cristianismo. Desenvolveu os estudos das doutrinas da graça
(abundantemente utilizada pelos Reformadores sec. XVI), da igreja e os
sacramentos e a da Trindade. Seu conceito bíblico da depravação total pós
queda e de que o ser humano já nasce pecador, contrapondo o ensino de Ireneu
de que o ser humano nasce bom e torna-se pecador por um ato da vontade
(controvérsia do livre arbítrio que ainda hoje é debatido); desenvolveu a
visão linear da História que era até então cíclica. Para Agostinho a História
caminha para uma conclusão (fim). |
375 |
Início da polêmica Pelagiana em que Pelágio defende
que o ser humano, mesmo depois da queda, pode melhorar até o aperfeiçoamento
por si mesmo. Agostinho contrapõe afirmando que sem a graça de Deus o ser
humano jamais voltara ao seu estado original de pureza (obras x graça). No
Concílio de Cartago o pelagianismo foi rejeitado e o ensino de Agostinho foi
endossado oficialmente. |
378 |
Cirilo de Alexandria o grande defensor do ensino
bíblico das duas naturezas de Cristo em oposição a Nestório. A questão foi
exaustivamente debatida no Concílio de Éfeso, onde seu ensino foi aceito e o
de Nestório foi rejeitado. |
380 |
O cristianismo em sua forma
católica é proclamado a religião do Estado |
381 |
Concílio de Constantinopla produz
um Credo onde se reafirmam a Ortodoxia Nicena e a subsequente condenação
definitiva do arianismo e do modalismo. |
390 |
O cristianismo chega na Irlanda através de Magonus
Sucatus Patricius ou Patrick. |
391 |
Édito de Teodósio estabelece
oficialmente o cristianismo como a religião do Império Romano e proibindo
completamente quaisquer outras manifestações cúltica. |
Utilização livre desde que citando a fonteGuedes, Ivan
PereiraMestre em Ciências da Religião.Universidade Presbiteriana Mackenzieme.ivanguedes@gmail.comOutro BlogReflexão
Bíblicahttp://reflexaoipg.blogspot.com.br/
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[1] Esse sistema de governo chamado de
Tetrarquia foi implementado por Diocleciano, em decorrência da grave crise que
se havia instalado no Império no final do século III e que se inicia em 293 e
perdura até 313. A Tetrarquia era composta por dois imperadores augustos
(supremos) e dois imperadores césares! Inicialmente Constantino foi aclamado
césares pelas tropas na Grã-Bretanha, ficando subordinado a Severo o Augusto.
[2] Na esteira do Concílio de Niceia,
Constantino, embora não submisso ao batismo, portanto pagão, recebeu dos bispos
cristãos o título de “episcopus ad extra”
(o bispo de fora) e doravante será ele quem julgará os bispos; convocará e
presidirá concílios e resolverá questões religiosas.
[3] O arianismo foi a interpretação
cristológica antitrinitária sustentada pelos seguidores de Ário.
[4] Certamente a fonte primária do
conceito ensinado até hoje pelos chamados Testemunhas de Jeová.
[5] Ele foi o principal defensor
ocidental da ortodoxia na luta inicial contra o arianismo; ele nasceu por volta
de 256 e morreu por volta de 358 em Sirmium ou na Espanha. Nos primórdios do
conflito arianista (donatista), em que se manifestará a preocupação de
Constantino pela manutenção da unidade eclesiástica, que pela primeira vez Ósio
aparece mencionado em documentos oficiais associados ao imperador.
[6] Homoousios significa
"uma substância" ou ainda
da "mesma substância". Se o
Filho teve um começo, como Ario estava afirmando, então o Filho foi feito de
matéria, uma vez que a substância de Deus não pode ter começo. Entretanto, se
Cristo é da mesma substância de Deus, então ele sempre existiu. Está foi a
conclusão final do Concílio e passou a fazer parte integrante da chamada
ortodoxia teológica cristã.
[7] Os conceitos teológicos de Sabélio são
denominados de sabelianismo e a doutrina fundamental desenvolvida por ele é
conhecida como Unicidade de Deus ou
como alguns preferem Modalismo, isso
decorre do fato que para ele Deus é uma Única Pessoa (ser) e que se manifesta
de diversas formas, portanto, ele rejeitava a doutrina da Trindade (Pai, Filho
e Espírito Santo). Sabélio defendia um monoteísmo absoluto.
[8] A palavra monaquismo vem do grego
“moncos” (= aquele que está só); significa uma forma de vida cristã totalmente
consagrada a Deus no retiro, no silêncio, na oração, na penitência e no
trabalho. Vai dar origem aos Monastérios e Conventos que se multiplicaram no
período a Idade Média.
[9] Antão, também conhecido como Antão do
Egito, Antão, o Grande, Antão, o Eremita, Antão, o Anacoreta, ou ainda O Pai de
Todos os Monges.
[10] Os anacoretas (anachōrētḗs),
"aquele que abdicou do mundo”, "retirou-se", "recolheu-se"
eram ermitãos cristãos que viviam em retiro e solidão, especialmente nos
primórdios do cristianismo, dedicando-se à oração e à escrita de liturgias, a
fim de alcançar um estado de graça e pureza de alma pela contemplação.
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