Clemente de Roma |
O apostolo João foi o último a
falecer já próximo do final do primeiro século, encerrando o que é conhecido
como o “período apostólico”. As
comunidades cristãs já estavam espalhadas por todo o Império Romano, porém ainda
sem a força político-social que haveria de alcançar em alguns séculos
posteriores.
Eusébio Pânfilo de Cesaréia (265-369),
em sua inestimável História Eclesiástica, elaborada
no início do século IV, resgata a importância desempenhada pelas lideranças
eclesiásticas logo após o chamado período Apostólico, os quais passaram a ser conhecido
a partir do século XVII como “Pais
Apostólicos”, identificando desta forma o período histórico em que surgiram,
meados do primeiro século e a primeira metade do século dois.
Alguns
deles tiveram contato pessoal com algum dos apóstolos chamados pessoalmente por
Cristo e/ou com alguém que os tinham conhecido pessoalmente. Desta forma,
aqueles que desejam conhecer o contexto histórico imediatamente posterior à
chamada Igreja Primitiva, esses são os personagens que precisam ser estudados.
Poeticamente são considerados “o primeiro
eco dos Apóstolos”.
Estas
lideranças tiveram uma dupla responsabilidade sobre seus ombros: manter o
ensino recebido na herança apostólica e o mais difícil desenvolver e consolidar
a Igreja Cristã ao longo dos próximos séculos. A História vai registrar que os
desafios deles foram tremendamente grandes. Entre muitos o historiador Eusébio destaca
a figura de Clemente que vai exercer sua liderança eclesiástica com zelo e
fidelidade (História Eclesiástica, III, 37,4-38,1).
Clemente Romano ou de Roma
Tanto a sua origem como a sua morte está
coberta por várias camadas de tradições, difíceis de serem verificadas e por
esta razão difíceis de serem aceitas ou negadas em sua integralidade. O bom
senso e a honestidade histórica nos recomendam muita prudência. Ainda que tais
informações biográficas não deixem de conter um fundo de veracidade.
As tradições vão desde que ele foi:
um dos colaboradores de Paulo (cf. Fp 4.3) [endossada por Origines e Eusébio de
Cesareia e seguido por Jerônimo]; um escravo liberto, da família romana Flávia,
que posteriormente foi sagrado bispo pelas mãos de Pedro [cf. Ireneu de Lião e
Tertuliano]; o autor da epístola aos Hebreus [cf. Orígenes]; um membro da
família imperial dos Flávios (cf. Pseudo-Clementinas).
O único documento informativo
autenticado dele é a sua Carta dirigida aos Coríntios,[1] que
comentaremos suscintamente abaixo, e mesmo que seu nome não esteja explicitado
no documento, desde a Antiguidade não se coloca dúvida quanto à autoria de
Clemente. Acrescenta-se ao documento o termo - Primeira - pela razão de que há
uma - Segunda - carta dirigida aos Coríntios, mas que não é reconhecida como
sendo de sua autoria. Reveste-se de importância histórica por ser um dos
primeiros documentos cristãos a perdurar fora dos documentos canônicos
preservados nas escrituras do Segundo Testamento ou Novo Testamento. Torna-se
fonte primária de informações sobre a prática e o ensino da Igreja posterior à
morte dos apóstolos.
As informações biográficas de
Clemente são escassas sendo uma fonte primária a oferecida por Irineu quase um
século depois da morte dele, que informa que Clemente foi líder eclesiástico
nos primórdios da igreja em Roma e que ele fez parte daqueles que viram “os apóstolos abençoados, e conversou com
eles, e ainda tinha suas pregações soando em seus ouvidos...”; e de que “no tempo de Clemente, não pequena dissensão
surgira entre os irmãos em Corinto” (LEIGH-BENNETT, 1920, c. 1).
Sua liderança na igreja em Roma é fixada
em 92-101 dC. Com toda certeza essa comunidade cristã não decorre das
atividades apostólicas de Pedro ou Paulo, mas sim do testemunho de grande
número de cristãos convertidos após o Pentecostes e que tiveram que fugir de
Jerusalém após a intensificação das perseguições movidas pelas lideranças judaicas
do Sinédrio. O jovem fariseu Saulo de Tarso era um dos implacáveis
perseguidores dos cristãos, mas veio a ser tornar Paulo, o apóstolo dos gentios
e que ao redor dos anos de 60 dC, escreve uma preciosa epistola aos cristãos em
Roma, expressando o desejo de conhecê-los pessoalmente e que posteriormente se
tornou parte do Cânon neotestamentário.
Exercer a liderança eclesiástica no
final do primeiro século era sempre um risco de morte, pois periodicamente os
imperadores romanos emitiam decretos promovendo a perseguição sobre os
cristãos, inicialmente confundidos como sendo seita judaica, de maneira que
seus líderes eram presos e até mesmo martirizados. Clemente exercendo a
liderança na última década do primeiro século experimentou a perseguição
promovida pelo imperador Domiciano (81 a 96 dC.), conforme deixa transparecer
no início de sua carta aos Corintos, quando explica a demora em se comunicar
com eles: “devido a infortúnios súbitos e
repetidos e calamidades que nos sobrevieram…” (1 Clemente 1.1).
Carta de Clemente aos Coríntios [2]
A epístola escrita por Clemente aos
Coríntios pode ser dividida em duas partes: na primeira parte, como que
preparando seus leitores para receberem a exortação corretiva, ele trata de
forma comum de como todos os cristãos devem se comportar e somente a partir da
segunda parte ele lida especificamente com as problemáticas cismáticas que
estavam ocorrendo naquela comunidade cristã,[3]
seguindo desta forma o modelo epistolar paulino.
Outra inferência relevante para a
História da Igreja é que em momento algum do documento Clemente avoca qualquer
direito de liderança sobre todas as Igrejas, mas se comporta como um líder da
igreja em Roma que se preocupa com a os acontecimentos lamentáveis que está a
ocorrer em uma igreja irmã, revelando uma solidariedade para com a liderança
estabelecida naquela comunidade. Desta forma é grave equívoco utilizar deste
documento para se defender qualquer ideia de proeminência da igreja em Roma
sobre as demais ou que Clemente seja um protótipo de um Papa como líder quer
seja regional ou geral da igreja cristã.
Alguns outros documentos foram
atribuídos a Clemente, mas todos vieram a serem desacreditados como sendo de
sua autoria. Uma segunda carta que leva o seu nome é na verdade um longo sermão
anônimo e que se revela escrito em período muito posterior.
Quanto à sua morte, as informações
disponíveis não se revestem de valor histórico verificável e, portanto,
confiável. O mais plausível é que tenha morrido poucos anos depois de ter
escrito sua Carta aos Coríntios (AYÁN CALVO, 1994).
Epístola aos Coríntios [4]
As
literaturas que haveriam de compor o futuro cânon neotestamentário já
circulavam individualmente entre as comunidades cristãs e eram lidas como
literatura revestida de autoridade apostólica, porém o cânon do Segundo
Testamento será definitivamente concluído no quarto século.
O período subsequente é denominado
“pós-apostólico” inicia-se com o surgimento de novas lideranças eclesiásticas e
alguns deles tiveram contato com João, o último dos apóstolos. As literaturas
produzidas neste período são nominadas de “literatura dos pais apostólicos” e comumente
incluem: a Epístola de Clemente, sete epístolas de Inácio, a Epístola de
Policarpo, o material de catecúmenos Didaquê (chamado também de Ensinamento dos
Apóstolos), a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas. Por um curto período algumas
lideranças em algumas poucas comunidades chegaram a considerar algumas dessas
literaturas dos pais apostólicos no mesmo nível de autoridade que as obras dos
próprios apóstolos, mas prevaleceu o consenso de não incluir nenhuma delas no
cânon.
Ainda
que não se encontre nenhuma referência direta da autoria da carta, há um
consenso histórico de que Clemente de Roma a tenha escrito, visto que neste
período exercia função eclesiástica na igreja em Roma.[5] A
epístola é dirigida a igreja estabelecida em Corinto (cf. capítulo 1)[6] sendo
a data provável por volta de 95 dC, conforme o abalizado trabalho efetuado pelo
Dr. J. B. Lightfoot, [7] após
a redescoberta do texto em sua inteireza em 1875, em que ele conclui que está
data está em conformidade com o contexto histórico e hermenêutico do seu
conteúdo. Esta opinião tem prevalecido como consenso acadêmico desde seu tempo.
Aceitando estes pressupostos esta
epístola se constitui no primeiro documento cristão que temos pós-escritos
apostólicos. Seu conteúdo é mais prático e pastoral do que teológico, ajustando-se
harmoniosamente com os pressupostos anteriormente estabelecidos e preservados
nos escritos apostólicos canônicos.
As
igrejas ainda estavam em seus estágios iniciais e esforçando-se para manter o
fio condutor em meio ao cenário complexo do Império Romano do século II. As
grandes questões teológicas ainda virão e exigirão muito mais do que uma
produção epistolar para trata-las. Havia, porém, muitos problemas e ameaças
urgentes que precisavam ser resolvidos e que se constituem nas principais
preocupações das novas lideranças eclesiásticas e Clemente juntamente com
outras lideranças mantém o foco nesta problemática que ocorriam dentro das
comunidades cristãs.
Como
referido acima Clemente exercia a liderança eclesiástica na igreja em Roma na
última década do primeiro século. Alguns advogam que ele possa ser o Clemente
mencionado na epístola paulina aos Filipenses (4.3). Não é impossível, visto
que sua autoridade é reconhecida entre as demais comunidades cristãs e quase
nenhuma outra referência se encontra sobre ele.
Ele
mantém o fio condutor no que concernem as doutrinas anteriormente definidas
pelos apóstolos, que converge com as demais literaturas deste período
pós-apostólicos. Por exemplo, Clemente usou a “fórmula trinitária”, pois no
transcorrer da carta faz referências ao Pai, Filho e Espírito Santo como sendo
igualmente Deus – embora os cristãos ainda não usassem a palavra Trindade para expressar
especificamente esta doutrina. Defende em plena concordância com Paulo que a
salvação é unicamente pela fé na morte de Cristo: “não somos justificados por nós mesmos, nem por nossas... obras que
realizamos em santidade de coração; mas pela fé pela qual, desde o princípio,
Deus Todo-Poderoso justificou a todos os homens...” (capítulo 32).
Sua
atenção maior esta na crise de liderança e que acabou por produzir divisão na
igreja de Corinto. Ele exorta seus leitores a buscarem a unidade em Cristo e o
respeito às lideranças constituídas da igreja, pois esta unidade deve ser um
reflexo da reverência à autoridade de Cristo. Ameaças à unidade sempre foram as grandes preocupações
do próprio Jesus (João 17.20-23) e dos apóstolos (Efésios 4.1-6; 1 Pedro 3.8-9).
Ainda nos dias do apostolo Paulo a igreja em Corinto precisou ser severamente
repreendida por suas divisões internas recorrentes (1 Coríntios 1.10ss.).
Pela
leitura da carta por alguma razão, alguns membros, provavelmente uma geração
mais jovem, se rebelaram contra os líderes da igreja a ponto de alguns desses
líderes serem forçados a deixar suas posições, resultando em uma divisão na
igreja. Alguns antecedentes do Novo Testamento em relação aos líderes da igreja
seriam úteis neste momento. O Novo Testamento refere-se ao ofício principal da
liderança da igreja como episkopos (cf.
Filipenses 1.1; 1 Timóteo 3.1-2; Tito 1.7; 1 Pedro 2.25), que é traduzido por episcopal.
O termo grego significa literalmente “supervisor”,
mas em algumas versões inglesas mais antigas, como a King James Version, e em
traduções dos Pais, como Clemente, é traduzida como “bispo”. Outra liderança é denominada de presbuteros (cf. Atos 14.23; Tito 1.5), traduzida por “presbítero” ou mais literalmente “ancião”, mas os termos são equivalentes
não havendo grandes distinções do sentido de um supervisor. Ficando mais
evidente quando ambos os termos são usados no mesmo contexto (cf. Atos 20.1,
28; Tito 1.6-7). Clemente mostrou que entendia desta mesma maneira porque
utilizou tanto episkopos quanto presbuteros para essa posição de
liderança da igreja (cf. capítulo 44), mantendo, portanto, o ensino recebido
dos apóstolos.
O
argumento para que Clemente reivindicasse a submissão às autoridades
eclesiásticas constituídas foi: Deus escolheu e designou Jesus; Jesus havia
escolhido e designado os apóstolos; os apóstolos escolheram e nomearam seus
sucessores, anciãos-bispos/bispos (incluindo o próprio Clemente). Portanto,
esse padrão deve ser mantido pelas gerações sucessivas de líderes da igreja (cf.
42). Esse conceito clementino se tornou conhecido como “sucessão apostólica”. Clemente visava manter a idoneidade das
lideranças constituídas da mesma forma como Paulo fez em sua carta ao jovem
pastor Timóteo (2 Timóteo 2.2) e consequentemente preservar a ordem e a unidade
na igreja de Corinto e demais.
Mas
este princípio acabou sendo extrapolado muito rapidamente e resultou em uma distinção
entre o “clero” e o “laicato”, e a elevação do primeiro sobre o segundo. No
capítulo 40, ele escreveu: “Pois os
próprios serviços peculiares [do Senhor] são atribuídos ao sumo sacerdote
[judeu do Antigo Testamento], e seu próprio lugar apropriado é prescrito aos
sacerdotes, e suas próprias ministrações especiais passam para os levitas. O
leigo está sujeito às leis que pertencem aos leigos.” Nesta última
frase, ele usou a palavra grega laikos
– da qual derivamos a palavra “leigo”
– que pela primeira vez é utilizada na literatura cristã. O que ele obviamente
está fazendo é extrair do Antigo Testamento a forma como deve ser feito serviço
a Deus - por meio de um sumo sacerdote junto com muitos sacerdotes e levitas
exclusivamente - e aplicá-lo à igreja do Novo Testamento. Embora não passasse
pela mente de Clemente, a analogia rapidamente se desenvolveu em uma direção
totalmente estranha substituindo a figura dos bispos cristãos pela figura dos
“sacerdotes”, de modo que somente eles estavam qualificados para fazer o
ministério de Jesus Cristo. Que vai abrir o caminho para que como sacerdotes se
tornassem mediadores entre os leigos e Deus, e posteriormente se introduzisse a
figura do Papa, o que é completamente destoante do ensino claro das literaturas
neotestamentária e do ensino enfático do apostolo Paulo de que não há outro
mediador entre Deus e os homens, a não ser Jesus Cristo.
Clemente
também conclamou os dissidentes a se arrependerem e se submeterem as
autoridades constituídas (cf. 57; Hebreus 13.17). A preocupação principal de
Clemente refletia a preocupação muito clara de outros escritores neotestamentário
– a preservação da unidade da igreja. Ele também entendeu, acompanhando os
ensinos apostólicos, a importância da liderança da igreja local (presbíteros e
diáconos) para preservar a verdade bíblica e a unidade bíblica, o que ainda
hoje são relevantes para as igrejas locais. Por outro lado, Clemente ilustra o
perigo de se transformar algo que foi escrito e deturpá-lo do que foi
originalmente pretendido. Infelizmente isso será recorrente no fluxo da história
da igreja, como se pode ver nas páginas da História da Igreja Cristã.
Artigos Relacionados
História Igreja Cristã - Contexto
Inicial
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2016/10/historia-da-igreja-crista-pode.html
Atos o Primeiro Documento Histórico da
Igreja Cristã
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2016/10/historia-da-igreja-crista-atos-o.html
História da Igreja: Galeria Patrística
Verbete – Pais Apostólicos
https://historiologiaprotestante.blogspot.com/2020/02/verbete-pais-apostolicos.html?spref=tw
DIDAQUÊ: Introdução - O Manual Mais
Antigo da Igreja Cristã
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2016/09/didaque-introducao-o-manual-mais-antigo.html
CARTA A DIOGNETO: Introdução
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2016/09/carta-diogneto-introducao.html
Carta de Plínio, o Moço ao Imperador
Trajano sobre os Cristãos
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/2016/12/carta-de-plinio-o-moco-ao-imperador.html
Perseguições do Império Romano à Igreja:
Nero a Marcos Antônio
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, C. B. R.
de. A igreja dos Apóstolos: Conceito e forma das lideranças na Igreja
Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
AYÁN CALVO, Juan
José. Introducción. In: Carta a los
coríntios. - Homília anónima (Secunda Clementes). Fuentes patrísticas 4. Madrid:
Editorial Ciudad Nueva, 1994.
CESARÉIA, Eusébio de. História
Eclesiástica - os primeiros quatro séculos da Igreja Cristã. 7ª ed.
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2007.
COMPENHAUSEN, Hans
von. Os pais da Igreja: A vida e a doutrina dos primeiros teólogos
cristãos. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
GONZÁLEZ, J. L. Uma
história do pensamento cristão, v. 1. Tradução Paulo Arantes, Vanuza
Helena Freire de Matos. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
______________. Dicionário
ilustrado dos interpretes da fé. Tradução Reginaldo Gomes de Araujo.
Santo André (SP): Editora Academia Cristã Ltda., 2005.
HALL, Christopher
A. Lendo as Escrituras com os pais da igreja, 2. ed., tradução de
Rubens Castilho; Meire Santos. Viçosa: Ultimato, 2007.
HERRON, Thomas J. The Dating of the First Epistle of Clement
to the Corinthians: The Theological Basis of the Majoral View. Emmaus Road
Publishing: 1988.
IRINEU, Santo. Adversus haereses. In: New advent.org,
2011.
LEIGH-BENNETT,
Ernest. Handbook of the Christian Father.
Londres: Wiiliams and Norgate, 1920.
LIÉBAERT, Jacques. Os padres da Igreja. Séculos I-IV. São
Paulo: Edições Loyola, 2004.
LIGHTFOOT, J.B. The
Apostolic Fathers. 5 vols. London: Macmillan, 1893. Updated by Holmes,
Michael, The Apostolic Fathers: Greek Texts and English Translations. 3d rev.
ed. Grand Rapids: Baker, 2007.
LITFIN, Bryan
M. Conhecendo os Pais da Igreja - uma introdução evangélica. Tradução
de Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 2015.
QUASTEN,
Johannes. Patrology. vol. 1. Westminster: Newman, 1950.
RAMSEY,
Boniface. Beginning to read the fathers. Mahwah: Paulist, 1985), p.
4-7
TROCMÉ, Etienne.
L’enfance du christianisme. Hachette littérature, coll. Pluriel, 1999.
[1] O acesso ao texto desta carta vem
através do Codex Alexandrinus: manuscrito da Bíblia grega, presente do
patriarca Cirilo Lucaris ao rei Carlos I da Inglaterra em 1628. Entretanto,
faltavam folhas correspondentes aos capítulos LVII, 6 e LXIV,1. Mas outra fonte
descoberta, o Hierosolymitanus, permitiu suprir as lacunas do Alexandrinus. A
versão latina integral foi publicada em 1894.
[2] O título, “A Primeira Carta de Clemente
aos Coríntios”, usada em todos os manuscritos existentes da epístola é para
distingui-las de outras cartas não autenticadas que surgiram em data muito
posterior.
[3] Algumas edições deste documento de
Clemente destacam estas duas sessões.
[4] O texto atual, depois de perdido na
Idade Média, foi redescoberto com o Codex Alexandrinus, enviado como presente
de Ano Novo pelo Patriarca grego de Constantinopla, Cirilo Lucar, ao rei inglês
Carlos I, em 1627. The Royal Librarian, Patrick Young, editou e publicou as
duas epístolas Clementinas contidas no códice, com notação de capítulo moderna,
em 1633 (HERRON, 1988, P. 23).
[5] Dois testemunhos históricos
corroboram essa conclusão: Hegesipo, de origem judaica, no registro de suas
memórias (155-166) cita a Carta de Clemente dirigida aos Coríntios; Dionísio, o
bispo de Corinto, em uma correspondência (ano 170) menciona que esta
autenticação vinha de muito tempo e que era lida nas assembleias (cultos)
normalmente.
[6] A epistola foi dividida, muito tempo
depois, em curtos 65 capítulos.
[7] Lightfoot faz uma extensa análise e
esforço para identificar o Clemente histórico, pp. 14-103.
Nenhum comentário:
Postar um comentário