“Mesmo que não existissem
alma nem inferno, deveríamos ter
escolas para as coisas
deste mundo”
Martinho Lutero
A Reforma Protestante do séc. XVI, com
todas as suas consequências religiosas, sociais e morais, trouxe repercussões
significativas à Educação, principalmente no tocante à instrução de leigos,
homens e mulheres não pertencentes ao clero. Até então, estes constituíam a
camada mais inferiorizada da hierarquia social da Idade Média mas,
principalmente a partir do séc. XVI, passaram a obter maior valor junto às
outras camadas sociais. Isto se deve, grosso modo, a dois fatores: a obtenção
do direito ao livre exame das Escrituras Sagradas, e o reconhecimento de suas
habilidades manuais como vocação divina. O propósito deste trabalho
constitui-se na tentativa de elucidar o grande movimento de mutação sociológica
e histórica que foi a Reforma Protestante, salientando suas implicações para a
Educação.
Palavras-chaves: Humanismo; Reforma Protestante;
Educação; Instrução; Leigos.
Sumário
Introdução 02
Metodologia 04
Capítulo I: Humanismo 05
i. Humanismo/Escolástica 08
ii. A escola 08
iii. Hermenêutica e
sedimentação dos comentários 10
iv. O latim clássico 11
v. O regresso do grego 12
vi. A técnica do livro 13
vii. A Europa do livro impresso
13
viii. Humanismo e Imprensa 15
ix. O humanismo como um meio de
existência 17
x. A difusão da Bíblia 19
Capitulo II: Lutero e a Reforma
Protestante 23
i. A escola 27
ii. A justiça concedida por
Deus 29
i. A educação religiosa
calvinista 64
ii. A educação religiosa
anglicana 66
iii. Concepção do grau de instrução entre
Protestantes segundo Houston 74
iv. A Concepção de vocação de
Lutero 81
Conclusão 90
Referências Bibliográficas 92
Introdução
A Educação, como instituição privilegiada da sociedade, teve um
desenvolvimento e uma trajetória peculiares no decorrer da história da
humanidade. Inúmeras são as etapas desta trajetória, bem como divergentes entre
si as visões e concepções que se têm das mesmas.
Minha intenção é deter-me em uma destas fases, a saber, a educação nos
séculos XVI e XVI, período da Reforma Protestante e pós, em que, de uma maneira
inovadora, os leigos tiveram acesso à alfabetização e à instrução em geral,
como nunca antes em toda a história da humanidade, a fim de poderem
apropriar-se do direito ao livre exame das Escrituras. Até então, os mesmos
permaneciam, naturalmente, na escala mais baixa do sistema hierárquico do
catolicismo romano. Vários níveis de posição separavam-nos dos bispos colocados
no topo. Enquanto a Igreja estava cada vez mais institucionalizada, os cristãos
comuns tornavam-se cada vez mais inúteis nas atividades eclesiásticas.
Gradativamente o seu papel foi tomando-se o de receber, aceitar
inquestionavelmente e seguir obedientemente o que vinha do alto da escala
hierárquica.
A chamada Idade das Trevas manteve essa tendência. Enquanto a Igreja e o
Estado continuavam a disputar a sujeição das massas populares, os leigos não se
sentiam encorajados a ir muito além do cumprimento à risca das ordenanças e
regulamentos impostos pela igreja.
Contudo os reformadores do século XVI
foram homens que, incorporando a coragem e a autonomia de pensamento, típicas
do movimento humanista de então, adquiriram a incrível capacidade de refletir
minuciosamente e confrontar a instituição mais poderosa do mundo de então, o
catolicismo romano.
Primeiramente, procurei deter-me na abordagem do Humanismo,
posicionamento filosófico da época e instrumento de conhecimento através do
qual as mentes iluminadas e esclarecidas, encontraram terreno fértil para
desenvolverem e fazer vingar suas ideias.
Os reformadores do século XVI foram, sem dúvida alguma, homens que se
destacaram, entre outras razões, por trazerem consigo uma abordagem
significativamente diferente da condição e papel do laicato, bem como da
instrução do mesmo.
Pouco tempo após a Reforma Protestante do séc. XVI, ainda nos anos mil e
quinhentos, tem-se conhecimento de que a população nos territórios luteranos
demonstrava deter um fndice muito maior de conhecimento da leitura e da escrita
do que a população das áreas Católicas (Houston, 1988, p.148).
A Renascença juntamente com a Reforma estava proporcionando à educação
um número cada vez maior de pessoas não pertencentes ao clero.
Tudo isto levou os leigos, isto é, as massas populares, a desempenharem
um papei mais positivo não apenas na igreja como também na sociedade.
RESENDE, Ana Carolina
Franzolin Araújo. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como exigência
parcial para obtenção da Graduação em
Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas,
sob orientação do Prof.Dr. Zacarias Pereira Borges. Campinas (SP), 2005.
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da
Religião.
Universidade Presbiteriana
Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Reflexão Bíblica
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/
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