A Escócia é um país que não ganha
páginas dos jornais internacionais e muito menos da mídia brasileira. Sua
seleção de futebol poucas vezes conseguiu se classificar para a Copa do Mundo
futebol; não produz telenovelas; não tem grandes catástrofes naturais; fica escondida na geografia do chamado Reino
Unida da Grã Bretanha (Inglaterra). A pergunta, portanto, é: por que a Escócia
ocupou recentemente as manchetes mundial e nacional? Porque incorporou em sua
Constituição o ensino obrigatório da diversificação sexual.
Mas o que nos interessa chamar
atenção é o fato de que a Escócia foi um dos pilares da chamada Segunda Reforma
que ocorreu na Inglaterra ainda no século XVI. A Escócia foi pioneira na Grã
Bretanha a adotar o sistema de governo Presbiteriano e a elaborar uma confissão
de fé calvinista. Nos séculos seguintes os escoceses atravessaram o oceano e
aportaram nos Estados Unidos e ali estabeleceram o sistema presbiteriano
calvinista através de suas denominações, escolas e Universidades. Nomes de
grande relevância no campo da teologia foram responsáveis, por vários séculos,
pela manutenção desta teologia bíblica sadia pela ótica calvinista. E o Brasil
a partir do século XIX (final dos oitocentos) também recebeu a influencia da
denominação presbiteriana através dos missionários estadunidenses que aqui
chegaram para implantar sua denominação evangélica protestante e que comemorou 159
anos no país.
A questão que levantamos aqui é: o
que aconteceu com a Escócia? E o que aconteceu com ela pode vir acontecer com o
Brasil também?
O passar dos séculos não fizeram bem
para as igrejas reformadas na Escócia. Gradativamente essas denominações foram
perdendo sua capacidade de serem luz e sal da sociedade escocesa. Entrincheiradas
em suas ortodoxias teológicas e comodamente instaladas em suas estruturas eclesiásticas,
as denominações protestantes passaram a viver em função de si mesmas. Sistematicamente
foram se afastando das realidades sociais e deixando espaços cada vez maiores os quais foram ocupados por outros segmentos sociais. O resultado está agora patente em todos
os jornais mundiais: a sociedade escocesa está completamente desassociada dos princípios
básicos da Palavra de Deus. O berço do presbiterianismo é hoje a vanguarda do
que há de pior nas ideologias de gênero e de tudo que afronta os princípios bíblicos.
O que isso tem haver com o Brasil?
Tudo! Na mesma proporção em que a igreja se afasta da Sociedade, outros
segmentos sociais passam a controlar seus destinos. Não basta ter uma teologia
bíblica séria e coerente; não basta ter uma superestrutura eclesiástica; não
basta ter grandes instituições educacionais e universitárias; é preciso que
tudo isso seja entretecido no tecido social, para que possa influenciar os
conceitos que haverão de nortear a direção que a sociedade brasileira vai
tomar.
Pela primeira vez desde a década de
cinquenta, que foi abortada no inicio da década de sessenta, a igreja
protestante começou a se posicionar frente às ideologias abertamente contrárias
aos princípios bíblicos evangélicos. É um movimento incipiente e em sua maioria
de cunho pessoal de algumas lideranças, mas que pode e deve se transformar em ações
mais amplas e integradas.
É preciso urgentemente ocupar
novamente os espaços sociais que por tanto tempo foram entregues nas mãos e/ou
mentes de agentes anticristãs que tem usado e abusado do comodismo e hedonismo
que infectou a grande maioria dos evangélicos brasileiros.
As nossas bandeiras teológicas tem
que serem hasteadas diariamente em todos os recantos desse país; a nossa
mensagem precisa ser ouvida pela sociedade brasileira; as nossas propostas
sociais, econômicas, jurídicas; politicas precisam ser inseridas nas diversas
agendas da Sociedade brasileira.
É preciso romper a mentalidade de gueto que por tantos anos tem prevalecido, principalmente entre as denominações protestantes históricas. É preciso olhar não apenas pela micro, mas ampliarmos nossa visão pela ótica macro – entender que se não influenciarmos positivamente a Sociedade brasileira, ela continuará sendo influenciada por toda sorte de ideologias maléficas.
Os nossos profissionais liberais
(advogados, engenheiros, arquitetos, artistas) devem participar ativamente e de
forma propositiva de suas entidades de classes. Os patrões e empregados de
forma geral precisam fazer parte de seus sindicatos e defenderem suas propostas
para um país melhor, mais justo e honesto.
Os governantes em todas as suas
esferas devem ser abertamente confrontadas com seus crimes; as instâncias
políticas da Câmara e do Senado tem que serem renovados de maneira que possam
produzir leis que não venham a inibir o desenvolvimento do evangelho; as
instituições judiciárias devem ser cobradas para que as Leis e a Constituição
sejam de fato respeitadas e aplicadas. É preciso mobilizar os cerca de 38
milhões de brasileiros evangélicos para que exerçam sua cidadania e utilizem os
mecanismos próprios para isso como abaixo assinados e monções e ate mesmo
propostas populares para formulação de leis e normas que contribuam para o bem
estar social e respaldo para aqueles que enfrentam os corruptos que tanto
prejudicaram e continuam prejudicando essa grande Nação.
Uma vez perdida essa oportunidade,
mantendo-se a famigerada equidistância dos fatos sociais, em muito breve nos
tornaremos uma Escócia tupiniquim. Se nos contentarmos apenas com a eleição de
um presidente da República, demonstraremos o quão ignorantes somos das
terríveis realidades que assolam nosso país. Essa eleição apenas trouxe à tona
a ponta do iceberg da podridão e devassidão que estão submersos e escondido do
campo visual. É preciso muito esforço e persistência para que o Brasil venha
realmente a ser uma nação digna e com princípios evangélicos sadios; é uma luta
sem tréguas e que somente se encerrara com a volta do Senhor Jesus. Não podemos
e nunca fomos autorizados a nos acomodarmos nesse mundo!
Que não seja apenas um espasmo
social o que vimos nessa eleição por parte de lideranças sérias dos evangélicos
brasileiros. Mas que seja o inicio de um movimento consistente e perseverante,
até que a nossa Nação alcance a estatura de Nação perfeita em Cristo Jesus.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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Triste a situação dos escoceses, vindo de um país com historhi tão renomada. Mitos católicos tiram argumentos disso afirmando que os protestantes estão tendo como fruto esse liberalismo mas não é um resultado direto deles claramente. Isso vai contra os próprios fundamentos da fé protestante já que a Bíblia claramente se opoe a essas pautas. É triste ver tudo isso que tem como uma das principais causas a pasividade da igreja em relacre ao âmbito social e ao liberalismo e relativismo impregnado na teologia dessas igrejas.
ResponderExcluirNo Brasil temos um evangelicalismo que caminha a passos largos para esse mesmo quadro decadente.
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