Nesse
ano o movimento religioso amplamente conhecido pela alcunha de Reforma
Protestante, completa seu 500º aniversário. Certamente que muito haverá de se
falar escrever sobre este fenômeno religioso que produziu e continua produzindo
movimentos sísmicos no mundo cristão ocidental.
Mas
para grande vergonha nossa, apensar do protestantismo se fazer presente a mais
de cento e cinquenta anos no Brasil e na América do Sul, sem mencionar a
América Central e o Caribe, pouco sabemos do que aconteceu e como aconteceu
esta presença protestante nos diversos países que compõe este lado do mundo
americano.
É
bem provável que saibamos mais sobre a história protestante na América do Norte
e na Europa do que da história do protestantismo em nosso próprio país e nos
nossos países vizinhos sul-latinos. Somente muito recentemente, após a
implantação dos cursos de Ciências da Religião em diversas Universidades
brasileiras é que se começou de fato a fazer pesquisas mais profundas em relação
ao protestantismo nacional. Todavia, o processo decorrente da implantação
protestante entre nossos vizinhos de fronteiras e da região sul americana continua
ainda completamente desconhecido para nós, como creio que a nossa história lhes
é também obscura.
Minha
expectativa é que a partir das comemorações desta data tão significativa do
movimento fundante do protestantismo mundial, possamos avançar sistematicamente
na redescoberta desta rica história protestante sul americana, que permanecem
soterradas nas mais profundas minas do tempo histórico e que somente com muito
esforço, suor e lágrimas haveremos de extrair e posteriormente lapidar essas
preciosas gemas da historiologia protestante de nossa região americana.
Para
o bem ou para o mal coube ao Brasil, o maior entre todos os países deste lado
das Américas, ser o único de fala portuguesa, enquanto todos os demais
“hermanos” adotaram a língua espanhola. Mas, aforam a latitude e longitude que
nos une, temos toda uma história comum que nos irmanam e nos identificam. Como
também compartilhamos do mesmo transfundo religioso do catolicismo romano que
imperou soberanamente por no mínimo três séculos, mas que vagarosa e
paulatinamente foi sendo incomodado pela chegada de missionários protestantes
que aqui foram estabelecendo suas múltiplas denominações evangélicas, em sua
grande maioria de origem norte americana.
Assim
como ocorre com aquele jogo em que a pessoa precisa ligar os pontos para poder
desvendar qual a figura que ali se faz invisível ao primeiro olhar, assim
também se faz necessário interligarmos os milhares de pontinhos históricos do
protestantismo sul americano, para quem sabe um dia podermos contemplar com
nossos olhos a enorme e pujante figura do protestantismo que apesar de um
século e meio ainda permanece invisível.
Longe
de mim qualquer sentimento de arrogância ou desmerecimento do incansável
esforço que centenas ou mesmo um milhar de historiadores tem feito no
transcorrer do tempo para interligar alguns destes pontos e assim nos permitir
antever ao menos um pequeno esboço desta enorme figura que é o nosso
protestantismo sul americano. Creio que demonstrarei todo reconhecimento e toda
honra a esses esforços no transcorrer das referências bibliográficas que
acompanharam cada uma de minhas postagens. É através delas que haveremos de dar
forma e visibilidade ao nosso protestantismo; é nessas preciosas fontes que
haveremos de apreender o ethos
protestante latino americano.
Ainda
a título de preambulo, é preciso esclarecer, que por culpa única e exclusiva
nossa grande parte das bibliografias referentes ao protestantismo sul americano
foram produzidas por autores de cunho católico romano[1] e
em sua grande maioria o fizeram pela ótica histórica-marxista,[2]
para interpretarem a implantação e desenvolvimento do protestantismo em nossa
América. Por outro lado, temos diversas obras de cunho protestante como as de
Lucy Guinness, Robert Speer, Samuel Inman, Stanley Rycroft, entre outros, mas
que se caracterizam por uma forte apologia anticatólica.
Como
pesquisador não deixarei de se utilizar de trabalhos tão arduamente produzidos,
mas tendo a liberdade de examinar os mesmos fatos por uma ótica diferente, que
não implica em ideia marxista ou conservadora, apologética ou liberal, mas
apenas de um ângulo diferente e com implicações diferentes dos referidos
pesquisadores referidos acima.
Período de Implantação do Protestantismo Latino Americano
Assim
como ocorreu no Brasil o restante da América do Sul permaneceu um celeiro
exclusivo da Igreja Católica Romana. Uma presença protestante foi se esboçando
de forma muito restrita e gradativa no continente.
Enquanto
na formação dos Estados Nacionais abrem-se brechas para a introdução de uma
mínima liberdade de culto, muitas vezes restritos aos denominados grupos
étnicos, mormente imigrantes de origem europeia, todavia, a atividade proselitista
permanece em suspeição. É preciso lembrar que a religião católica e os governos
imperiais, posteriormente os diversos governos civis nacionais, no que concerne
aos âmbitos da América do Sul, sempre mantiveram cordões umbilicais
fortíssimos, dando sustentação a ambos os lados da questão, influenciando e
sendo influenciados concomitantemente.
Na
mesma proporção em que as contradições de cunho econômico e político foram
aflorando no Continente, as aberturas para outras formas de expressão religiosa
cristã foram surgindo e sendo aproveitado principalmente pelas diversas
denominações evangélicas de origem estadunidense, uma vez que os europeus
haviam deliberado que o Continente Sul Americano não se constituía um campo
missionário.
Os
primeiros esforços missionários protestantes começam a ocorrer por volta dos
anos de 1855/56 e acentuam-se gradativamente. Ainda que o catolicismo esteja
debilitado pelas mudanças político-econômicas, ainda detém uma forte hegemonia que
cerceia esforços mais expressivos dos missionários protestantes.
O
que vai ocorrer na América do Sul espanhola é o que aconteceu no Brasil
português, os protestantes conseguem se estabelecerem nos países, por força de
sua vertente econômica-educacional, mas não consegue sobrepor sua cultura protestante.
As classes sociais permitem e até estimulam seus filhos a estudarem nas escolas
protestantes, mas não abrem mão de que sejam formados na religião dos seus
pais. Os mandatários dos governos civis e suas classes sociais desejam o
progresso proporcionado pelas ideais protestantes, mas não quer a religião
protestante, que por sua vez é totalmente outsider em seus status quo protestante norte americano.[3]
Essa
dicotomia prevaleceu de tal forma que os diversos ramos protestantes aqui
implantados e/ou transplantados se deram por satisfeitos em se estabelecerem em
alguns extratos sociais, pejorativamente chamados de guetos, e comodamente
foram construindo seus pequenos feudos-religiosos, com seus castelos bem
fortificados (templos); suas infraestruturas básicas: hierarquias
eclesiásticas; escolas, hospitais, etc... O catolicismo por sua vez optou por
perder os anéis e conserva os dedos, e aqui estamos no século XXI.
O Continente Abandonado?
O
século XIX tem sido considerado o “século
missionário” visto que nesse período o cristianismo cresceu
significativamente, expandido por todos os continentes, de maneira que hoje no século
vinte e um pode-se falar de uma igreja cristã global, ainda que evidentemente
representada em suas múltiplas e muitas vezes irreconciliáveis vertentes
eclesiástico-teológicas.
Esse
grande movimento missionário tem seu ponto de partida na cidade de Edimburgo na
Escócia (1910), onde vai ocorrer a primeira
tentativa de fazer um sistemático e cuidadoso estudo das necessidades
missionárias no mundo (John Mott),
promovido pelas diversas denominações protestantes europeias.
Uma das resoluções deste
Congresso é que a América Latina não seria
palco para a expansão protestante visto que este continente já estava
evangelizado através da presença secular do catolicismo romano.[4]
Evidente
que alguns representantes não ficaram satisfeitos, e tendo os protestantes
norte-americanos como porta-vozes defenderam que apesar da presença católica
romana, em relação ao evangelho bíblico as populações destes países permaneciam
ignorantes e carentes de ouvi-lo em sua inteireza e simplicidade. Em suas
argumentações eles classificaram a América Latina como sendo um “continente abandonado” (PIEDRA, 2006).
Esta
expressão desejava expressar o abandono e/ou descaso a que foi submetido o Continente
por parte das ainda recentes sociedades missionárias protestantes. A Sociedade
Missionária Sul-americana (South American Missionary Society – SAMS) foi uma
das primeiras organizações missionárias a cunhar essa expressão em suas
literaturas (1868).[5]
Uma
das primeiras descrições sobre a triste realidade dos parcos esforços das
missões protestantes em alcançar a região Sul americano foi produzida pela
missionária Lucy Guinness (1894), que havia trabalhado por quase meio século
nesta região, no esforço de sensibilizar os cristãos britânicos a olharem e
investirem mais no que ela chamava de “O
Continente Abandonado”, título de seu livro (cf. referência bibliográfica).
Mas
duas questões contribuíram para esse desencanto das agencias missionárias em
relação América do Sul: a) o alto investimento que esta se fazendo tanto em
termos humanos quanto financeiro na África e Ásia; b) o fracasso das sociedades
missionárias em implantarem o protestantismo na Espanha católica. Uma vez que
predominava na América do Sul o catolicismo espanhol e português, a perspectiva
de igual fracasso predominava nas análises missionárias (PIEDRA, 2006, p. 23-26).
O Continente das Oportunidades
Todo
esse quadro somente será alterado após o Congresso
do Panamá que foi realizado em 1916.
Esse Congresso será um divisor de águas, pois será a partir dele que as grandes
sociedades missionárias estadunidense passaram a empreenderem um crescente
esforço e investimento nas atividades missionárias na América do Sul. De acordo
com Lauri Emílio Wirth esse Congresso “foi uma espécie de saída pragmática para
solucionar os impasses criados nos bastidores da Conferência Missionária de
Edimburgo a respeito do continente latino-americano, enquanto campo de missão
protestante” (2008, p.123).
Esse
Congresso foi fecundado e começa a ser gestado ainda durante a Conferência
Missionária Mundial em Edimburgo (1910), que havia deixado a América do Sul de
fora da ação missionária protestante. Ali mesmo alguns representantes de
missões protestantes sul americanas se reúnem, ao menos duas vezes, e começam a
traçar os planos para a realização de uma Conferência Missionária que levasse
em conta os esforços na região. Dentre esses estava um observador brasileiro, o
Rev. Álvaro Reis, que fora convidado pela junta de missões que atuava no Brasil
(MATOS, 2008, p. 217). Ele fez parte de um comitê que foi presidido pelo Dr. H.
K. Carroll, pelo Rev. Samuel G. Inman, que serviu como secretário, e ainda os
reverendos J. W. Butler, William Wallace, H. C. Tucker e G. I. Babcock, cujo
objetivo era contestar a forma com que os representantes missionários que
atuavam na América do Sul foram excluídos da grande Conferência. Ainda durante
a própria Conferência de Edimburgo se delineou a necessidade de se fazer um
Congresso Missionário voltado para as necessidades do Continente Sul Americano.
Esse
propósito começa a tomar forma quando em 1913 representantes das juntas
missionárias americanas que atuavam na América do Sul se reuniram em Nova
Iorque. Missionários com forte presença e conhecimento do Continente sul
americano tais como: Robert Speer, L. C. Barnes, Ed. F. Cook, William F. Oldham
e John W. Tood se debruçaram sobre os relatórios de atividades missionárias e
esboçaram as formas de cooperação possível nos diversos campos onde já estavam
estabelecidos – toma forma então o Comitê de Cooperação na América Latina
(Committee of Cooperation in Latin America – CCLA). O trabalho incansável do Rev.
Samuel G. Inman, que participou de diversas reuniões em diferentes partes do
Continente foi fundamental para o êxito a ser alcançado quando da realização do
Congresso do Panamá.
Uma
das reuniões mais relevantes foi a que ocorreu em Montevidéu em 1914. A
presença forte da Associação Cristã de Jovens (YMCA) com participação de
representantes do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile impulsionou e ratificou a
necessidade de uma Conferência maior, que pudesse envolver não apenas os
missionários, mas a juventude latina e as classes intelectualizadas do
Continente.
Já
em 1914 o CCLA contando com mais de trinta organizações missionárias
norte-americanas e mantendo contato com um comitê europeu que tinha o mesmo
objetivo, faz uma reunião (22 de setembro), que vai estabelecer uma data para a
realização da grande Conferência Latina, escolhendo o Panamá como sede[6] e
nomeando oito comissões de trabalho permanente: Pesquisa e Ocupação; Mensagem e
Método; Educação; Literatura; Trabalho com Mulheres; Igreja no Campo; a base missionária
doméstica; Cooperação e Unidade e a preparação dos missionários.
O
ano de 1915 foi de intensas atividades e importantes reuniões das comissões de
trabalho. A mais relevante ocorreu nos dias 09 e 10 de junho, onde se definiu o
arcabouço do Congresso expresso no seguinte comunicado, conhecido como “Resolução
Caldwell”:[7]
Esta
Conferência resolve recomendar firmemente a todos aqueles que organizam o
Congresso do Panamá, igualmente aos oradores e escritores do Congresso, que
tenham em mente que se procura obter os melhores e mais permanentes resultados,
enquanto se enfrentam com franqueza as condições morais e espirituais que o
trabalho missionário na América Latina demanda Por outro lado, quer-se
apresentar o evangelho, o qual afirmamos ser a única solução adequada aos
problemas que essas condições apresentam. Entre os objetivos do Congresso do
Panamá está o reconhecimento de todos os elementos de verdade e bondade que
existem em qualquer forma da fé religiosa. Nossa aproximação ao povo não será
de crítica nem de antagonismo, mas inspirada nos ensinamentos e exemplos de
Cristo. Quanto ao serviço cristão, damos as boas-vindas à cooperação de quem
estiver disposto a contribuir em qualquer parte do programa cristão. Nós não
exigimos uma união conosco em todo o nosso trabalho (abud, PIEDRA, 2006, p.
164).
Esse
Congresso será um divisor de águas, pois pela primeira vez se pensa
efetivamente na América Latina e se estabelece um plano de ação missionária
para esta região. Mas, também expressa, como tão bem afirma Bonino: “um momento decisivo na autoconsciência do
protestantismo latino-americano" (2003, p.13).
No
Congresso do Panamá, houve ampla participação dos missionários estrangeiros,
mas de forma inédita, lideranças nacionais de países sul americanos tiveram voz
e fizeram parte das comissões, como foi o caso dos pastores brasileiros
presbiterianos Eduardo Carlos Pereira, membro da comissão de Pesquisa e
Ocupação, e de Erasmo Braga, convidado pelo Comitê de Cooperação na América
Latina para a produção do relatório, em língua portuguesa, do Congresso,
expondo as conclusões e aspirações pessoais do autor acerca do referido
Congresso.[8]
Para presidir o Congresso foi convidado o uruguaio Eduardo Monteverde, ligado à
Associação Cristã de Moços de seu país, ainda que na prática a direção dos
trabalhos fosse efetivamente conduzida pelos dois mentores deste evento, os
missionários americanos Robert Speer e John Mott.
O
Congresso aconteceu entre os dias 10 e 20 de fevereiro de 1916, no hotel
Tívoli, na Zona do Canal. Participaram do congresso 481 pessoas, sendo 304
delegados (159 de países de fora da AL e 145 com atuação em algum país latino
americano),[9] 74 visitantes oficialmente
convidados e mais alguns participantes panamenhos.
Consequências do Congresso do Panamá
Imediatas:
Pela primeira vez houve um
esforço na
direção de um trabalho mais unificado, programado, unânime, na América Latina. A
elaboração de um quadro geral das atividades protestantes missionárias no Continente,
tendo como objetivo uma maximização da atuação, foi algo realmente positivo.
Definição de Metas a partir do Congresso: o esforço
por evangelizar as classes cultas; a busca pela unificação da educação
teológica; a inclusão da perspectiva social no contexto das atividades
missionárias na AL; a busca permanente de uma unidade protestante.
Posteriores:
Promoção de outros Congressos Protestantes Latino
Americano: o Congresso da Obra Cristã na América Latina – Montevidéu – 1925; o
Congresso Evangélico Hispânico Americano – Havana – 1929; e a primeira, de uma
série de uma série de três, Conferência Evangélica Latino Americana – Buenos
Aires – 1949. Todos eles se constituíram em bigornas para se forjar uma
identidade protestante latino-americana.
O despertamento das agências missionárias e
denominações evangélicas americanas para as necessidades urgentes dos campos
Latinos, como tão bem sintetiza o reverendo Erasmo Braga: “Com resultados paralelos aos que têm obtido a propaganda da União
Pan-Americana e outras instituições para despertar nos EUA mais interesse pela
AL, a propaganda e os trabalhos de organização do Congresso do Panamá despertam
enorme interesse em vasta zona da opinião norte-americana. A imprensa, as
escolas e as igrejas estão preocupadas com estudar os latino-americanos e suas
terras”.
O Congresso revitalizou a autoestima dos
missionários protestantes no Continente Sul Americano, que depois do Congresso
de 1910 haviam sido abalados. Agora se sentem parte integrante do grande
esforço missionário mundial de maneira que, os líderes nacionais se sentem com
maior motivação em seus esforços missionários.
“Todas as comunhões e organizações que aceitam
Jesus Cristo como divino Salvador e Senhor, e as Escrituras do Antigo e Novo Testamento,
como a Palavra de Deus revelada e cujo propósito é lograr que a vontade de
Cristo prevaleça na América Latina, estão cordialmente convidadas a participar
do Congresso do Panamá e serão bem vindas de coração”.
Trecho da carta convocatória do
Congresso do Panamá
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes,
Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
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Bíblica
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de Paradigma Teológico do Protestantismo no Brasil e a Fundação da ASTE
O
Protestantismo na Capital de São Paulo: A Igreja Presbiteriana Jardim das
Oliveiras.
Referências
Bibliográficas
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Latina. México: Casa Unida de Publicaciones, 1990.
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Equador: CLAI, 2006.
WIRTH,
Lauri Emílio. Protestantismos
latino-americanos: entre o imaginário eurocêntrico e as culturas locais. Universidade
Metodista de São Paulo: Estudos de Religião, Ano XXII, n. 34, 105-125, jan/jun.
2008.
[1] Um exemplo clássico é a Comissão de
Estudos de História da Igreja na America Latina (CEHILA), formada pelos
esforços incansáveis do Dr. Enrique Dussel, e que nasce com um desejo ecumênico
de resgatar a História da Igreja na região, mas que na pratica tornou-se apenas
um centro histórico do cristianismo pela ótica católica romana. Em uma obra
composta de dois volumes sobre a Igreja na América Latina, foram destinadas
algumas poucas páginas, ao final do segundo volume, à História do
Protestantismo. O Dr. Antônio Gouvêa Mendonça, um dos pioneiros do estudo
acadêmico do protestantismo no Brasil, labutou por algum tempo no CEHILA, mas
desistiu frustrado ao ver que a proposta ecumênica original ficou apenas no
campo das boas intenções.
[2] Jean Pierre Bastian (BASTIAN 1990)
associa intimamente o desenrolar histórico do fenômeno religioso protestante à
penetração do capitalismo pelo continente.
[3] O historiador José Míguez Bonino
(2002) chama de aliança por conveniência (BONINO 2002), onde segundo ele as
missões protestantes buscavam expandir seu campo de atuação, sob a influência do
“destino manifesto” no afã de levar uma fé mais pura e esclarecida a outros
povos, enquanto por sua vez os liberais latino-americanos buscavam uma
alteração no status quo e contavam
com o enfraquecimento do poder da Igreja Católica para alcançar esta mudança de
paradigma social.
[4] Os anglicanos
ingleses e os luteranos alemães, por razões especificamente eclesiásticas, pois
não desejavam melindrar os católicos romanos, para evitarem reações católicas
na Europa. Por outro lado, eles, mormente desconheciam as realidades cristão-religiosas
abaixo da linha do Equador (RIBEIRO, 1991 e PANAMÁ CONGRESS, 1916, V1).
[5] South America Missionary Magazine,
v.II, p.3 (apud, PIEDRA, 2006, p. 18).
[6] O local foi escolhido por causa da
proximidade dos Estados Unidos e da recente abertura do Canal do Panamá, tido
como um grande símbolo da integração americana. As cidades de Buenos Aires e Rio de Janeiro, as duas maiores na América Latina, foram fortemente
consideradas, todavia a logística era complicada e no caso do Brasil o fato de
ser o único país a falar português, enquanto todos os demais utilizavam o
espanhol, também foi fator contrário.
[7] A declaração levava esse nome devido
ao nome da cidade onde foi realizado o encontro. Caldwell. New Jersey.
[8] Horas antes de reunir-se em Panamá,
Zona do Canal, o Congresso de Acção Christã na America Latina, a 10 de
fevereiro de 191 6, cujos antecedentes históricos, razão de ser, trabalhos,
interpretação e critica constituirão o assumpto deste livro, o dr. Frank K.
Sanders, chefe do serviço editorial do Congresso, designou-me para redigir em
Portuguez um volume com a narração dos trabalhos que íamos fazer (mantida a
grafia do citado). Outros dois livros seriam igualmente produzidos: em inglês um
pelo Prof. H. P. Beach, outro em espanhol, pelo Prof. Eduardo Monteverde, da
Universidade de Montevideo, que presidiu o Congresso.
[9] Faz-se necessário constatar que dos 145 delegados com
atuação na AL, somente 21 eram nascidos no continente.
Achei o tema de grande valia!
ResponderExcluirGrato! Realmente pouco temos explorado esse veio riquíssimo de nossa História protestante na America Latina.
ExcluirMuito bom ,temos que explorar muito mais
ResponderExcluirBom dia!!
ResponderExcluirGostaria de saber se tem um livro ou artigo que fale sobre as datas e e nomes de quando o evangelho protestante chegou em paises da america do sul.