Anglicanos [anglicanismo]
- de Anglo, "Inglês"). Refere-se à Reforma Religiosa na Inglaterra
promovida pelo rei Henrique VIII,
que se desenvolveu paralelamente aos outros movimentos que ocorria
simultaneamente na Alemanha (Lutero)
e Suíça (Zwínglio
e Calvino). Na verdade Henrique VIII promove uma Reforma sem muita Reforma, e o
aspecto mais relevante é o rompimento com Roma e de que ele (rei) assume a
liderança da Igreja em lugar do Papa. Também denominada de "Igreja da Inglaterra"
e posteriormente quando da independência dos EUA da Inglaterra passou a ser
denominada de “Igreja Episcopal".
Abba. Vem do grego ἀββα de origem aramaica (אבא) pela qual a criança chamava o “pai” ou “papai”.
Na evolução da língua este termo saiu da esfera infantil para ser empregada
também por filhos e filhas adultos, adquirindo o tom caloroso e familiar que se
pode sentir em expressão tal como “papai querido”.
Adocianismo. Doutrina que surgiu
no século VIII. Ensinava que Jesus foi adotado (possivelmente no seu batismo)
pelo Pai e por essa razão veio a participar da Deidade, sendo, portanto, negada a existência eterna de Cristo e
sua encarnação. Depois de muitos debates foi rejeitada pela
teologia ortodoxa da Igreja Cristã.
Agnosticismo. Foi
Thomas Huxley quem cunhou
esse termo “agnóstico”
como contraponto antitético ao termo “gnóstico”
para, segundo ele, manter-se distante tanto da ortodoxia teológica radical asfixiante,
bem como uma forma de repudio aos rótulos materialista, ateu e positivista. Suas
bases estão vinculadas às teses kantianas sobre os limites da razão
especulativa e da relatividade do conhecimento. Os agnósticos admitem sua ignorância
sobre a natureza fundamental do universo físico, assim como sobre a existência
e os atributos do divino. Na linguagem
comum, normalmente se refere a uma posição neutra ou pelo menos duvidosa a
cerca da questão da existência de Deus. Para o agnóstico se há um Deus ou uma
divindade, todavia, esse ser é impossível de ser conhecido; tais pessoas abstêm-se
de compromisso com qualquer doutrina ou credo religioso. Ainda que muitos
confundam os agnósticos não são ateus.
Agrapha. Em geral refere-se aos ditos
(palavras) não-oficiais de alguém. Os estudiosos dos escritos evangélicos
utilizam para identificarem os ditos de Jesus encontrados fora dos quatro
evangelhos canônicos. Pode ser em outros livros bíblicos (Atos 20.35) ou nas
chamadas literaturas apócrifas, como o Evangelho segundo Tomé, Evangelho de
Maria (Escritos do Mar Morto).
Albigenses [Cátaros]. Inicialmente
conhecidos como Cátaros (do grego καϑαρός katharós, "puro") foi um movimento de ascetismo
extremo dentro do cristianismo na Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200.
Posteriormente proliferou fortemente no sul da França, mais precisamente na
cidade de Albi, razão pela qual passaram
a serem conhecidos por “albigenses”.
Eram extremamente críticos da Igreja Cristã institucional e propunham conceitos
teológicos divergentes e por esta razão foram rejeitados e posteriormente
perseguidos violentamente, no que ficou conhecida como Cruzada contra os Albigenses (1209-1229).
A famigerada Inquisição Católica Romana tem sua origem no extermínio dos albigenses e valdenses.
Alegoria. A palavra grega (ἀλληγορέω - ocorre
apenas em Gálatas 4:24) significa "falar de outra
forma," uma alegoria é uma descrição de uma coisa sob a imagem
de outro. Posteriormente tornou-se um método de interpretação de textos
bíblicos, principalmente aqueles que impunha alguma dificuldade maior para se
ajustar à teologia ortodoxa cristã. Um exemplo clássico é o livro de Cantares,
onde os interpretes alegóricos procuram apresentar um sentido mais “profundo” ou
"espiritual" existente por detrás do significado literal.
Alta crítica. Refere-se à forma de interpretar a
literatura e historicidade dos textos. Surgiu na Europa do século XIX dominado
pelo pensamento racionalista. Suas
perguntas sobre a origem e composição do texto, incluindo quando e onde
se originou; como, por que, por quem, para quem, e em que circunstâncias ele
foi produzido; quais influências sofreu o texto quando de sua produção, e que
fontes orais ou escritos originais podem ter sido usados na sua composição; qual
é a mensagem do texto como expressa na sua língua original, incluindo o
significado das palavras bem como a maneira pela qual elas foram colocadas nas
formulações das frases ou sentenças. O embate no que se
refere aos textos bíblicos não está no método em si, mas no fato de que esta
escola crítica se baseia unicamente na
razão, desprezando qualquer sentindo de revelação/inspiração e
também são especulativos por
natureza. Quando despidos desta fobia racionalista o método torna-se útil para
o estudo da Bíblia. Amilenismo. Uma
das formas de se interpretar Apocalipse 20 que se refere ao Reino milenar (mil
anos) de Cristo. O amilenismo interpreta que não haverá um reino físico futuro de Cristo na
Terra, mas que o texto bíblico aponta para o período simbólico de tempo entre a
ascensão de Cristo e seu Advento/Vinda em poder e glória. E espiritualizam o Milênio e dizem que ele
representa o reino atual de Cristo no Céu durante a totalidade da era da
Igreja. O grande divulgador dessa interpretação amilenista foi Agostinho de Hipona, o famoso teólogo norte-Africano,
que em seu famoso livro “Cidade de Deus”
expõe a sua compreensão madura dos "mil anos"
de Apocalipse 20.3-6. Sua interpretação influenciou o ponto de vista da maioria
dos cristãos no Ocidente, incluindo os reformadores, por quase um milênio e meio.
Animismo. A palavra tem raízes latinas e significa
"alma" ou "vida" e está relacionada com outras
palavras como "animal"
e "animado" (ou "inanimado"). É importante saber
que "animismo" é uma palavra que os observadores dessa prática, como antropólogos, têm usado para descrever este
sistema de crenças; é a crença de que os animais, plantas, rios, montanhas e
outras entidades na natureza contêm uma essência espiritual interior. O
animismo tem muitas formas, que refletem o meio geográfico, a história cultural
religiosa ou espiritual, e a visão de mundo distinta dos grupos de pessoas que
praticam suas diversas expressões, tanto no Oriente como no Ocidente, em
expressões religiosas tais como: budismo, hinduísmo, xamanismo, jainismo, bem
como outras espiritualidades. O chamado neopaganismo (movimento
religioso/espiritualista/ecológico)
tem se nutrido dos conceitos animistas para fundamentar suas teses ecológicas.
Antropologia. É palavra composta por dois termos
gregos: “Anthropos” (ser humano), e o
sufixo “logia” (estudo), é o estudo científico das origens dos seres
humanos, como mudaram ao longo dos anos, e como se relacionam uns com os
outros, tanto dentro da sua própria cultura e com pessoas de outras culturas. Cada
cultura tem seus próprios rituais particulares, comportamentos e estilos de
vida, e os antropólogos documentam as características peculiares desta
multiforme experiência humana. Na teologia,
representa o conceito bíblico dos seres humanos, inclusive nossa criação, o
pecado e nosso relacionamento com Deus. No campo de Missões produziu
uma abertura para uma inteiração cultural (missão transcultural), permitindo
uma comunicação mais efetiva da mensagem evangélica.
Apologética. É um discurso argumentativo sistemático,
usualmente utilizando
princípios intelectuais, em defesa de uma
tese. Quando aplicada à religião cristã torna-se a forma pela qual se faz a
defesa da origem divina e autoridade do cristianismo bíblico. Em seus
extremos torna-se belicoso e discriminativo para com todos os que não pensam
semelhantemente. Muitos fazem da apologia uma arma e da defesa da fé uma guerra
– em nome de Deus milhões foram mortos e continuam sendo mortos.
Apóstolo. A palavra significa "mensageiro".
Dois grupos deles são mencionados no Novo Testamento. Os Doze,
especialmente treinados e comissionados por Jesus para serem testemunhas
primárias de sua ressurreição e de seus ensinos e para disseminar Seu
Evangelho. A palavra também é aplicada a outros diretamente comissionados por
Cristo, inclusive a Paulo, Barnabé, Andrônico, Júnia e Tiago, irmão do Senhor e
em seu sentido mais lato a todos os cristãos em todos os tempos e lugares.
Arianismo. Ário, foi um bispo da igreja de Alexandria que em 319 d.C,
aproximadamente, começou a ensinar que Jesus Cristo é um espírito criado por
Deus antes da criação do Universo, por isso primogênito, mas Cristo não compartilha
a essência, ou substância, de Deus, portanto, não é Deus, possuindo tão somente uma
perfeita essência da semelhança, que o ser humano tinha, mas perdeu depois da
queda. Ele e sua tese foram a razão da convocação do primeiro Concílio de Nicéia onde o
tema foi amplamente debatido e rejeitado e o termo grego “homoousios”
[consubstanciais, da mesma substância] passou
a ser utilizado para definir a relação do Filho com o Pai. Mas apesar de ser
condenado o ensino ariano permeou o pensamento de grande parte do cristianismo
por muitos séculos e ainda hoje, pode ser visto nos ensinos dos chamados Testemunhas de Jeová.
Arminianismo. Uma forma de pensamento teológico elaborado
pelo teólogo holandês Jacobus Arminius (1559-1609). Muitas vezes referida como
"anticalvinismo", o Arminianismo defende a liberdade da vontade
humana como princípio básico e, portanto, nega duas ideias fundamentais do
pensamento teológico de João Calvino: a predestinação e a irresistível graça de
Deus. Armínio afirmava que é possível resistir à graça de Deus porque todos os
seres humanos são responsáveis. Depois
de um ano (1610) da morte de Armínio, quarenta e seis ministros e leigos
holandeses respeitados redigiram um documento chamado “Remonstrância” que resumia a rejeição, por
Armínio e por eles mesmos, do calvinismo rígido. Em decorrência do título do documento, os arminianos passaram
a ser chamados de remonstrantes.
Embora Armínio fosse acusado de Pelagianismo (uma ênfase exagerada na vontade
livre) e outras heresias, seus críticos não trouxe nenhuma prova destas
acusações. A Igreja Metodista, Luterana, Episcopal, Anglicana, Pentecostais e
Batistas, não todas, adotam a teologia arminiana.
Arrependimento. Há três palavras no grego usadas no Novo
Testamento para designar arrependimento: (1)
O verbo “metamelomai”
é usado para se referir a uma mudança de mente, tais como de arrependimento ou
mesmo remorso em relação ao pecado, mas não necessariamente uma mudança de
coração, é usada com referência ao arrependimento de Judas (Mat. 27: 3); (2) “metanoeo”, refere-se à mudança de mente e
propósito, como o resultado do conhecimento; este verbo, com (3) o cognato substantivo “metanoia”, é usado para identificar o
verdadeiro arrependimento, uma mudança de mente e de propósito e de vida, decorrente
da remissão/perdão dos pecados e um buscar o Reino de Deus e sua justiça.
Ateísmo. Vem do grego áthe(os) sem deus (+ ismo)
- se refere a pessoa que não professa qualquer crença religiosa. Um ateu é
alguém que nega a existência de uma divindade ou de seres divinos. Desde a
muito o número de ateus tem crescido no mundo, na Europa onde está avançado o processo
de secularização e cresce fortemente no Brasil onde o ceticismo religioso e a
mentalidade marxista tem impregnado a mente de adolescentes e jovens
decepcionados com o mercantilismo barato da religião.
Autógrafos. Referem-se aos manuscritos originais produzidos pelos
autores humanos das Escrituras. Provavelmente, tanto circularam e tantas vezes
foram copiados que se perderam. Não se tem notícia da existência de nenhum
deles hoje em dia, mas preservadas uma grande quantidade cópias muito antigas e
que possibilitam se alcançar um alto grau de confiabilidade e fidelidade dos
textos.
Utilização livre desde
que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da
Religião.
Universidade
Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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